São Paulo – Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, na quinta-feira, 27, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que cria o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. O programa fora aprovado no início do mês pela Câmara dos Deputados e depois pelo Senado Federal, com o texto original enviado pelo governo em março, que é idêntico ao da MP publicada no fim de dezembro.
Desde a publicação da MP já foram habilitadas 89 empresas, segundo o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, bem como uma série de investimentos anunciados pelas montadoras, com valor próximo a R$ 100 bilhões. Dentre as habilitadas estão setenta fabricantes de autopeças, dez montadoras de veículos leves, seis de veículos pesados, duas dedicadas a serviços de P&D e uma realocação de fábrica de motores vinda de outro país, pela Stellantis.
O número de empresas deverá aumentar porque novas habilitações estavam suspensas desde 1º de julho, quando a MP caducou. Agora o MDIC volta a receber pedidos de habilitações.
No total o Mover prevê R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros de 2024 a 2028, que podem ser usados pelas empresas no abatimento de impostos federais.
Lula afirmou em seu discurso que “ficou muito feliz com os investimentos anunciados pela indústria automotiva, após muitos anos sem. É um começo muito exitoso”. O presidente tornou a cobrar a realização de um Salão do Automóvel, como já fizera durante a inauguração da nova sede da Anfavea em São Paulo, em abril: “É uma marca registrada do Brasil. Fui em todos os salões enquanto presidente e ele simplesmente desapareceu. Como pode uma indústria não fazer um salão para apresentar ao mundo nossas tecnologias? Não são apenas os brasileiros que frequentam, vem gente da América Latina, Europa e Ásia”.
Alckmin, por sua vez, citou um levantamento da Fundação Getúlio Vargas que aponta para utilização de 82,5% da capacidade instalada de toda a indústria brasileira em junho, a maior desde março de 2014: “Temos a ociosidade da indústria caindo e a confiança do subindo. É sinal que vai ter investimento, e nós precisamos de investimento. Nós temos dois desafios. Melhorar e aumentar investimento e produtividade. E o Mover vem ao encontro desses objetivos, estimular investimento, melhorar competitividade e descarbonização”.