São Paulo – Depois de sofrer com paradas na produção em maio e junho, como reflexo das enchentes do Rio Grande do Sul, as montadoras argentinas voltaram a ampliar o volume de sua produção em julho. Com três dias úteis a mais as 44,4 mil unidades fabricadas demonstram avanço de 38,7% na comparação mensal, mas ainda estão 9,8% aquém do volume de um ano atrás.
Conforme dados da Adefa ainda houve alguns ajustes nas linhas em julho e mesmo assim o volume de produção diário ultrapassou 2,4 mil unidades, aumento de 14,3%, puxado, segundo a entidade, pela introdução de novo modelo que começou a ser fabricado.
As exportações também reagiram em julho: 28,3 mil unidades representam aumento de 35,7% frente a junho, embora 1,2% inferiores ao mesmo mês do ano passado. De acordo com Martín Zuppi, presidente da Adefa, a melhora se deveu principalmente a uma maior demanda por parte do Brasil, da Colômbia e de outros países da América Central. O volume embarcado responde por 63% da produção local.
Ao longo dos sete primeiros meses do ano foram produzidos 261,1 mil veículos, ainda 24,3% abaixo das 345 mil unidades do mesmo período do ano passado. Quanto às exportações o volume de 155,1 mil unidades é 14,1% inferior.
Para Zuppi é importante considerar os desafios que acompanham o cenário e seguir trabalhando em conjunto com a cadeia automotiva e o governo, a fim de reverter a curva e alcançar, o quanto antes, trajetória de crescimento em termos anuais:
“Neste sentido as medidas que o governo adotou no último mês, como a eliminação das retenções nas exportações incrementais e a redução dos prazos de pagamento ao Exterior, somada às ações que já estão em prática, são de vital importância para a sustentabilidade do setor”.
Um dos grandes desafios que o segmento enfrenta no médio prazo, na sua visão, é dispor de ferramentas necessárias para atrair investimentos em novas formas de propulsão: “Trata-se de tarefa na qual estamos trabalhando em meio a processo de transformação que a indústria atravessa, globalmente, para garantir sua sobrevivência no longo prazo”.
Quanto às vendas internas o mercado também se recuperou em julho, com 42,3 mil unidades, alta de 38,8% com relação a junho e queda de 2,2% frente ao mesmo mês do ano passado. Dados da Acara, que representa os concessionários locais, apontam que foi o melhor mês em vendas e a primeira vez no ano que o volume superou as 40 mil unidades em um mês.