Fábrica de Ponta Grossa será ampliada para produzir novos caminhões e sustentar crescimento no mercado brasileiro
São Paulo – Após uma década de crescimento acentuado desde que se instalou no Brasil, em 2012, a DAF Caminhões anunciou um novo ciclo de investimentos nos próximos cinco anos, que segundo a presidente da operação, Larisa Gambrell, “será o maior já realizado pela empresa no Brasil com ampliação da fábrica de Ponta Grossa”.
A executiva anunciou o investimento na abertura da Fenatran, feira dedicada ao transporte rodoviário de cargas que acontece de 4 a 8 de novembro no São Paulo Expo. No entanto ela não revelou o valor do aporte na fábrica do Paraná.
A DAF já investiu mais de R$ 1,5 bilhão no País se forem somados todos os aportes anunciados desde que decidiu construir sua primeira fábrica na América do Sul, e o ciclo mais recente foi de quase R$ 400 milhões, para ampliação da fábrica e adaptação de motores Euro 6 para atender a legislação brasileira de controle de emissões Proconve P8, vigente no Brasil desde o início de 2023.
Portanto, para ser o maior aporte já feito pela DAF no País, como disse Larisa Gambrell, o ciclo nos próximos cinco anos deveria passar de R$ 1 bilhão. Mas a empresa prefere manter o valor atrás da sombra corporativa, apenas divulgando que os recursos serão utilizados não só no aumento de produtividade da fábrica mas, também, no lançamento de novos produtos.
Crescimento
“O Brasil é hoje um dos dois mercados mais importantes do Grupo Paccar no mundo”, justificou a executiva ao referir-se à companhia sediada nos Estados Unidos que controla a holandesa DAF. “Em apenas dez anos de operação no País já vendemos 40 mil caminhões XF e CF e, este ano, ultrapassamos 10% de participação no mercado de caminhões acima de 15 toneladas. É um avanço significativo que nos coloca em nível superior no plano global da companhia.”
O diretor comercial Luis Ganbim comemorou mais um ano de crescimento da DAF acima da média do mercado: “Com simplicidade e proximidade dos clientes alcançamos a maior visibilidade da marca no País. Este ano, até outubro, já crescemos 25% contra uma expansão geral do mercado de 20%. A continuar neste ritmo fecharemos 2024 com 11,5% de participação nas vendas de caminhões acima de 15 toneladas”.
Primeiro elétrico no Brasil
A DAF também trouxe, pela primeira vez à Fenatran, um caminhão elétrico, com cabine cortada para demonstração, um cavalo mecânico com motor de 470 cv equipado com baterias de lítio-ferro-fosfato com autonomia para até 500 km antes de precisar recarregar, o que demora, em carregador rápido, 45 minutos para preencher 80% da recarga ou 1h20m para 100%.
O caminhão elétrico, segundo a DAF, é ideal para operações de transporte urbano e intercidades:
“Trouxemos o modelo inicialmente para apresentar o produto e checar o interesse dos clientes, especialmente para empresas que têm metas de descarbonização”, diz Ganbim. “Dependendo da demanda decidiremos se iniciamos as vendas”.
Ampliação de portfólio
Na Fenatran a DAF ampliou sua linha de produtos com o lançamento de três caminhões vocacionais da linha CF para aplicações fora-de-estrada: “Este é o nosso maior projeto desde o lançamento da nova geração [do caminhão pesado] do XF e da linha Euro 6”, disse o diretor de desenvolvimento, Alan Messias.
Dentre os três novos caminhões off-road a DAF apresenta em seu estande no evento o CF Florestal, para aplicações no transporte de madeira e cana, um chassi-cabine 6×4 com motor de 480 cv e transmissão automatizada Traxon, da ZF, de doze marchas, com capacidade para rebocar implementos.
Com o mesmo motor Paccar MX de 13 litros e transmissão Traxon a versão CF Mineração tem 58 toneladas de PBT e eixo traseiro que suporta até 38 toneladas. E para operações fora-de-estrada mais genéricas, na construção civil e agronegócio, a DAF lançou o CF 6×4 com motor de 310 cv e caixa automatizada de dez velocidades, que pode receber implementos basculante, concreteiro e carga seca.
A DAF também apresentou o seu mais novo motor nacionalizado em Ponta Grossa, o Paccar PX9, com potências de 340, 360 e 380 cv, para ser utilizado em versões rodoviárias da linha de semipesados CF. O motor já é utilizado nos Estados Unidos em caminhões Peterbilt e Kenworth, outras duas marcas do grupo. A vantagem principal é a redução de 250 kg no peso, o que melhora a economia de combustível e reduz o custo operacional.
Messias afirma que o Grupo Paccar e a DAF seguem “atentos às possibilidades de uso de biocombustíveis no Brasil, para lançar produtos no momento certo”, deixando a entender que são projetos que deverão sair do papel em futuro ainda incerto: “Agora o nosso foco é ampliar o portfólio”.