São Paulo – A Cummins divulgou durante sua participação na Automec – de 22 a 26 de abril no São Paulo Expo – seus avanços expressivos no mercado de reposição. Na divisão de motores diesel as vendas de peças e remanufaturados cresceram 20% no ano passado em comparação com 2023 e a projeção é de nova expansão de 10% em 2025.
A Cummins tem mais de 70 mil peças em seu portfólio de reposição com giro de vendas de 22 mil itens por mês. Os produtos mais vendidos são kits de reparo, pistões, cabeçotes, juntas, injetores, bombas d’água e de óleo.
Segundo o gerente de produto, Edivaldo Portugal, o mercado de reposição já representa 20% do faturamento da divisão de motores da Cummins no Brasil e cerca de um terço desta receita vem da linha de produtos remanufaturados, a ReCon, que cresceu 37% em 2024 com adição de novos produtos no portfólio, como injetores Euro 5, e simplificação com maior uso de componentes reaproveitados. A empresa já atua com a linha de recondicionados há 75 anos globalmente e há 35 anos no Brasil.
“Os nossos motores já são projetados para serem recondicionados e quando fazemos o serviço também atualizamos as peças e os materiais aplicados”, informou o executivo. De acordo com ele o motor recondicionado é 30% mais barato do que o novo e tem o benefício adicional de reduzir em 85% o consumo de energia no processo de produção.
Combate a perdas de R$ 220 milhões com falsificações
Outra frente considerada para atingir o crescimento esperado de 10% este ano, segundo apontou Portugal, será o combate a componentes falsificados que circulam no mercado. Do giro anual de cerca de R$ 1,1 bilhão de peças comercializadas para aplicação em seus motores a Cummins estima que perde de 15% a 20% do faturamento, em torno de R$ 220 milhões, com as falsificações.
Para tentar reverter para seu caixa a receita perdida para os falsificadores a Cummins passou a adotar uma etiqueta holográfica que comprova a originalidade do produto, que passou a ser fixada em todas as embalagens de suas peças.
Divisões de eixos e emissões também crescem no aftermarket
As demais unidades de negócios da Cummins também estão crescendo no aftermarket brasileiro. A divisão de eixos trativos – incorporada desde 2022 com a compra da Meritor por US$ 3,7 bilhões – aumentou em 16% suas vendas no mercado de reposição em 2024 sobre 2023 e este ano a expectativa é de crescer mais 12%, segundo Kleber Assanti, diretor geral da unidade.
Eixos são duráveis e demoram a precisar de manutenção, mas a divisão – hoje chamada CDBS, Cummins Drivetrain and Braking Systems – mantém o nome Meritor no aftermarket, com 170 itens paralelos de reposição à venda em uma rede de 1 mil distribuidores no País, que cobrem 75% dos caminhões em circulação e representam algo em torno de 20% do faturamento da unidade.
Dentre estes componentes estão elementos de freios acoplados aos eixos, produzidos pela Master Freios, em sociedade que a empresa tem com o Grupo Randoncorp.
Um dos lançamentos de pós-venda da divisão de eixos é o CalibrAR, sistema automático de calibragem que pode ser instalado em carretas novas e usadas, que já equipa 1,5 milhão de semirreboques nos Estados Unidos e que a CDBS já homologou para vender no Brasil a partir do segundo semestre deste ano.
O CalibrAR não tem ligação com o cavalo mecânico e, segundo Assanti, aumenta em cerca de 10% a vida útil dos pneus e também reduz consumo de combustível. Além disto detecta aquecimento na ponta do eixo, alertando o motorista sobre problemas nos freios.
Uma aposta da divisão Cummins Emissions Solutions que começa a se pagar no aftermarket é seu sistema patenteado de tratamento de emissões Euro 6, dividido em quatro módulos: DOC catalisador de oxidação de partículas, DPF filtro de particulados, misturador de gases e partículas de ureia com injeção de Arla e catalisador SCR de redução de NOx. Segundo a empresa o sistema completo é 60% menor, 40% mais leve e reduz o consumo de Arla em comparação com módulos integrados.
A principal vantagem na manutenção é a economia de custos pois apenas o módulo com problema é trocado e não é necessário trocar o conjunto todo. De acordo com Daniel Malaman, gerente geral da Cummins Emissions Solutions, “quando projetamos o sistema já pensamos no pós-venda na rede de manutenção e também no recondicionamento das partes”.