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Mercado
13/06/2018

Volkswagen deve rever preços dos veículos

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – A valorização do dólar frente ao real, que tem deixado em estado de alerta governo e mercado, preocupa a Volkswagen. Assim como a General Motors, a montadora de São Bernardo do Campo, SP, trabalha com hipótese cada vez mais real de alta dos preços dos veículos no País, sobretudo dos modelos que contam com tecnologia obtida de componentes eletrônicos importados, como as novas versões do Golf lançadas na quarta-feira, 13.

 

De acordo com Gustavo Schmidt, vice-presidente de vendas, o aumento é dado como certo, mesmo que ainda não seja possível precisar quando exatamente será feito pela companhia: “No momento ainda não revisamos a tabela de preços, mas não só o nosso orçamento para o ano, como o da maioria das montadoras, foi traçado com base em cenário onde o dólar estaria a R$ 3,30, o que não aconteceu e dificilmente acontecerá”.

 

Na quinta-feira, 7, o Banco Central precisou agir para desacelerar a disparada do dólar. Apesar das medidas tomadas, como venda de títulos públicos, a moeda manteve valorização e fechou em R$ 3,90. Nova investida do BC nos dias que seguiram reduziram a moeda a um patamar de R$ 3,70. A indústria, no entanto, não acredita que o dólar ficará abaixo deste nível no decorrer de 2018.

 

Um cenário, por outro lado, favorável às exportações. Em tese, segundo o executivo da VW, que aponta a valorização da moeda estadunidense como pedra fundamental da crise cambial que eclodiu no principal parceiro comercial do Brasil nos setor automotivo, a Argentina, mês passado: “Há dificuldade para o fechamento de novos contratos. E os volumes de embarques não equalizam eventuais perdas no mercado interno”.

 

A expectativa, pelo menos por ora, é a de que uma desaceleração ocorra no segundo semestre e não em junho, período em que o setor poderá verificar com mais precisão as perdas ocorridas em função da greve dos caminhoneiros deflagrada no início do mês e que paralisou a produção de veículos por dez dias, em média.

 

O executivo apontou as eleições como período-chave para definir se as vendas cairão de fato de julho a dezembro: “A confiança do consumidor sofrerá alterações a partir do momento que as campanhas começarem. Dependendo de quem estiver liderando as pesquisas investimentos serão ou deixarão de serem feitos”.

 

Schmidt contou que, à principio, as vendas seguem o ritmo visto antes da greve: “As vendas não caíram após o fim da greve, voltaram ao patamar diário de antes. Esperamos que em junho sejam vendidas 200 mil unidades. Haverá decréscimo nos emplacamentos, mas era algo esperado por causa da Copa do Mundo, e historicamente o mês de junho tem vendas menores”.

 

Foto: Divulgação.