Salão possível mostrou futuro impossível

Se todos os maiores salões de automóveis do mundo abrem uma janela que mostra o futuro do setor automotivo em produtos, tecnologias e tendências de mercado o renascido Salão do Automóvel de São Paulo apresentou um horizonte preocupante, pois deixou de mostrar o tamanho e a importância da indústria instalada no País, projetando um cenário dominado por marcas que vêm da China para montar carros com baixo ou nenhum conteúdo local – e, portanto, com baixa geração de emprego e renda no País –, inclusive com muitas associações com fabricantes já localizados no Brasil.

Por falta de recursos daqui e das matrizes no Exterior os fabricantes de automóveis decidiram, desde a edição de 2018, desdenhar do evento e do público que o visita com fervor quase religioso, colocando a culpa nos altos custos para enterrar o Salão do Automóvel, que assim deixou de ser realizado nas edições bienais que deveriam ter acontecido em 2020, 2022 e 2024 – a pandemia atrapalhou os planos mas muitas montadoras já estavam decididas a não mais participar antes mesmo da proliferação da covid-19.

Neste meio tempo muitos dos grandes salões de automóveis do mundo na Europa, China, Estados Unidos e Japão voltaram a ser realizados com grande participação das mesmas montadoras que não queriam mais participar do Salão de São Paulo, quebrando uma tradição de mais de sessenta anos.

Após sete anos de ausência e muita insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pessoa, que com razão disse ter dado tudo que a indústria lhe pediu e o público brasileiro merecia ter seu salão de volta, a mostra voltou ao Anhembi, mas com tamanho muito menor do que já teve, descortinando certa fraqueza da indústria instalada diante da voracidade dos chineses.

O Salão encerrado no domingo passado traz o mérito de ter voltado a acontecer, não foi interditado, mas ficou longe de fazer jus ao propagado maior ciclo de investimento da indústria automotiva no País, que passa dos R$ 180 bilhões, incluindo montadoras e seus fornecedores, segundo sempre repetem Anfavea e governo, ainda que com alguns exageros e contabilidade criativa que inclui programas que já terminaram.

A mensagem que fica deste Salão é preocupante porque o evento insinua que o futuro da indústria será de mera montadora de carros importados desmontados da China, com alta dependência tecnológica das matrizes e baixo nível de industrialização local, na contramão de um país que quer se reindustrializar.

Neste aspecto, ainda bem, cabe o benefício da dúvida, pois a parte a indústria automotiva que esteve no Anhembi não representa o todo, as fabricantes locais e seus produtos nacionais ainda dominam mais de 80% do mercado brasileiro, mas as marcas chinesas estão chegando com produtos tecnologicamente mais avançados e alta voracidade, já têm juntas fatia de pouco mais de 10% do mercado, e o Salão do Automóvel representou bem esta parte da realidade.

Salão menor para mercado menor. Será?

Alguns dos grandes expositores dizem ter sido este o “salão possível”, com custos equivalentes de 15% a 20% do que gastaram em 2018, na última edição do evento antes da debandada. Isto porque os estandes foram homogeneizados, limitados ao máximo de 500 m2 de área total por marca – coisa de um quarto ou até menos do que eram alguns dos maiores espaços ocupados pelas principais montadoras e importadores.

Esta configuração retirou do evento a opulência e o glamour que marcaram os salões passados, fez parecer iguais os desiguais, mas também tornou desconfortável a experiência dos visitantes que disputaram espaços pequenos para ver os carros em exposição. Ou seja: o objetivo de mostrar novidades ao público ficou parcialmente comprometido.

Com estandes reduzidos e ausência de mais da metade dos associados da Anfavea, sobrou espaço. Assim quase metade do espaço do pavilhão de exposições do Anhembi foi ocupado pela orgulhosamente apresentada como “maior pista de test drives coberta do mundo”, na qual visitantes podiam ter a “experiência” de rodar a algo como 40 km/h com algumas das novidades apresentadas na feira, desde que pagando pelo ingresso VIP que chegou a R$ 640 nos fins de semana. Segundo a organização foram realizados ali 10 mil testes em nove dias.

Uma justificativa muito utilizada para realizar um salão empobrecido é o próprio encolhimento do mercado brasileiro nos últimos anos, que nunca mais chegou ao cume dos 3,6 milhões de veículos leves vendidos, em 2012, e hoje está estacionado abaixo de 2,6 milhões. Por esse raciocínio também seria impossível realizar os salões dos anos 1990, muito mais opulentos do que este, quando não se vendiam nem 2 milhões de carros por ano.

Isto para não falar da primeira metade da década de 2000, em que o mercado caiu abaixo de 1,5 milhão de unidades. Naqueles anos magros não se ouvia ninguém reclamar dos custos milionários do salão.

E há, ainda, um outro ingrediente para jogar no caldeirão do marketing: atualmente o mercado é menor mas os produtos têm valor agregado muito maior do que os carrinhos populares que a indústria não tinha vergonha de mostrar em estandes milionários.

Ou seja: hoje vende-se um volume relevante de veículos, que mantém o Brasil na lista dos dez maiores mercados do mundo – foi o sexto maior nos últimos três anos e um dos que mais cresceu porcentualmente em 2024 – e com produtos mais rentáveis do que no passado recente.

Visto por este ângulo o Salão do Automóvel de 2025 apresentou-se muito menor do que o mercado e a indústria que representa nos dias de hoje. Mas é o que foi possível fazer, justificam as empobrecidas montadoras que atuam há décadas no País. Impossível é assegurar que isto seja verdade, pois nenhuma das grandes multinacionais do setor divulga os resultados financeiros no Brasil, nenhuma expõe lucros ou prejuízos locais.

Também não cola a tese de que nada se vende no Salão. Talvez não durante a exposição propriamente dita mas o evento sempre foi considerado pelo setor como um promotor de vendas nos anos em que aconteceu. E este ano foi permitido fechar negócios, com bons resultados. O importador da Kia, o empresário José Luiz Gandini, que nos últimos trinta anos nunca desistiu de participar dos salões paulistanos com a representação da marca coreana, ficou bem satisfeito com os 119 carros que informa ter vendido no Anhembi – e já confirmou presença no próximo, em 2027.

Mais ausências do que presenças

O público somado de 516 mil visitantes em nove dias ficou abaixo das expectativas dos organizadores que esperavam 700 mil pessoas no Salão, e foi ainda menor do que as quase 900 mil pessoas de edições anteriores – talvez pelos preços dos ingressos e pela dificuldade atávica de acesso, este ano bastante piorada pela CET que fechou boa parte da avenida da entrada principal, desconectada do calendário oficial de eventos da cidade.

Ainda assim o público de meio milhão de pessoas não pode ser considerado irrelevante, como parece ter sido para parte relevante de empresas do setor. Dos quinze fabricantes de veículos leves associados à Anfavea, oito deram de ombros para os visitantes que foram ao Anhembi.

Algumas ausências chamaram a atenção pois parecem indesculpáveis em um evento de tão alta relevância para o público e que teve os custos tão reduzidos, fazendo parecer que os visitantes do Salão pouco importam.

A General Motors/Chevrolet, que este ano completou 100 anos no Brasil, mostrou seu momento de dificuldades ao não ir a um evento no qual esteve em todas as edições desde 1960. Mas dois elétricos Spark estiveram no Anhembi, expostos no estande do Pace, Polo Automotivo do Ceará, onde será montado o carro elétrico importado semipronto da China, produzido pela joint venture da GM com a SAIC-Wulling, em mais um arranjo que parece refletir a nova realidade da indústria.

Já a Volkswagen, marca de quase 73 anos no País que se orgulha de afirmar que todo brasileiro tem uma história com ela, não quis mostrar seu bom momento de desempenho no Salão – talvez por julgar muito pequeno o espaço que teria para se mostrar, ficando à sombra das seis marcas levadas ao Anhembi pela líder de mercado Stellantis.

O problema parece ser o novo formato do evento paulistano, pois a Volkswagen não abandonou os salões europeus nem os chineses, e escolheu para lançar o novo Tiguan – que certamente será vendido no Brasil – no menos badalado Salão de Los Angeles, Califórnia, realizado justamente na mesma semana do Salão de São Paulo, provando que a questão não reside no tamanho do mercado, pois a marca vende menos carros aos estadunidenses do que aos brasileiros.

Assim como a Volkswagen todas as marcas alemãs fugiram do Salão de São Paulo tal qual o aliviado chanceler Joachim-Friedrich Martin Josef Merz ao voltar para seu país, após a classificada por ele mesmo de desagradável passagem pela COP 30 em Belém, PA. Porsche, Audi, BMW e Mercedes-Benz não deram as caras, assim como as demais marcas premium como Land Rover e Volvo.

Dentre as marcas mais relevantes do mercado também não vieram Ford e Nissan, que sempre estiveram presentes nas últimas e tinham o que mostrar, a baixo custo.

Ao todo estiveram presentes dez marcas estabelecidas que produzem no Brasil e na Argentina – a grande maioria, cinco, de um só fabricante, o Grupo Stellantis com Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën em estandes próprios para cada uma.

Também com fábricas brasileiras vieram ao Salão a Toyota, Honda, Hyundai, Renault, HPE Mitsubishi e Caoa Chery.

Outras onze marcas expostas, no momento, importam tudo que vendem ou venderão aqui, dez delas chinesas – incluindo aí BYD e GWM que estão iniciando operações de fábricas no País com a montagem de partes importadas.

Negócios da China

Com as marcas chinesas representando cerca de metade dos estandes de fabricantes de grande porte no Salão do Automóvel 2025 – apresentando veículos com altas doses de tecnologia digital que, há alguns anos, seriam apresentados como carros-conceito em qualquer grande salão do mundo – ficou ainda mais claro para o público que o Brasil tornou-se um alvo preferencial da China, pois é o maior dos mercados automotivos dentre os quais ainda pode entrar com menos barreiras.

A multiplicação de marcas chinesas na exposição apenas reflete a realidade do mercado brasileiro atual, com boa parte do crescimento que ainda resta concentrado nas vendas de carros elétricos e híbridos importados da China, tomando espaço dos fabricantes nacionais. Esta presença chinesa aumentada também é refletida na estratégia se-não-pode-com-eles-junte-se-a-eles: todas as dez marcas chinesas em exposição têm pretensão de produção local, a maioria com parcerias de empresas que já estão no Brasil.

Três delas – BYD, Chery [com a Caoa] e GWM – já têm linhas de montagem operacionais no País, e outras três anunciaram no Salão que terão produção nacional em sociedade com fabricantes já instalados, caso da Changan com a Caoa em Anápolis, GO, da Leapmotor com a Stellantis em Goiana, PE, e da Geely com a Renault em São José dos Pinhais, PR.

Além destas também a GAC estava no Salão prestes a anunciar parceria produtiva com a HPE para montar seus carros em Catalão, GO, enquanto Omoda Jaecoo – outra do Grupo Chery – e SAIC/MG reconfirmaram no Anhembi a intenção de instalar linhas nacionais de montagem, embora ainda sem anúncios concretos.

Completando o cerco a BYD apresentou no Anhembi sua marca de luxo Denza e informou que esta também é candidata à montagem em Camaçari, BA.

Em comum estas fabricantes produzem ou produzirão no Brasil, ao menos em um primeiro momento, com enormes quantidades de itens importados da China. Em maior ou menor grau todas são ou serão operações muito focadas em montar carros aqui para reduzir a tributação de importação que pesa sobre produtos prontos, com pouca ou nenhuma ambição de nacionalizar os componentes críticos.

Assim o Salão do Automóvel possível mostrou um futuro impossível de se imaginar há menos de cinco anos, com a indústria nacional diminuída em sua contenção de custos enquanto os chineses ocupam espaço cada vez maior. O próximo já está confirmado para 2027 e deverá comprovar, ou não, tudo que foi projetado neste 2025.

BYD contratou 2 mil trabalhadores em Camaçari

São Paulo – A BYD afirmou ter superado a marca de 2 mil trabalhadores em sua fábrica de Camaçari, BA, após contratar 558 funcionários em outubro e novembro – 293 no primeiro e 265 no segundo mês. Foram para funções como operador de logística, operador de produção, soldador, inspetor de qualidade, ergonomista, auxiliar de cozinha, piloto de teste, técnicos em mecânica, em elétrica e em segurança de trabalho.

Na segunda-feira, 1º, outros quarenta iniciaram os trabalhos em Camaçari, o que fez superar a marca de 2 mil operários dentro do complexo industrial, de acordo com o presidente Tyler Li:

“Superar a marca de 2 mil trabalhadores é um marco que reafirma a relevância de nossa operação e o compromisso contínuo com um crescimento sustentável. Cada nova contratação representa não apenas a expansão da empresa mas também a oportunidade de gerar impacto positivo na vida das pessoas e no desenvolvimento de Camaçari e da Bahia”.

Vendas caem, mas média diária cresce em novembro

São Paulo – Em novembro foram licenciados 238,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro, segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. O resultado foi 5,9% inferior ao do mesmo mês do ano passado, 253,5 mil, e 8,5% abaixo do registrado em outubro, 260,7 mil unidades.

A média diária, porém, cresceu: 12,5 mil unidades em dezenove dias úteis, contra 11,3 mil de outubro, que foi o melhor mês do ano em vendas de veículos.

No acumulado do ano a indústria soma 2,4 milhões de licenciamentos, 1,4% acima do registrado de janeiro a novembro do ano passado. Restando apenas um mês de vendas a tendência é a de que o mercado ande de lado e fique longe das projeções da Fenabrave, de avanço de 2,6%, e da Anfavea, de avanço de 5%.

Para igualar o resultado de 2024 serão necessários 224,7 mil emplacamentos em dezembro. O último mês do ano passado registrou 257,4 mil licenciamentos.

As vendas de veículos leves somaram 226,7 mil unidades, queda de 6,2% na comparação anual e 8,2% na mensal, de acordo com a K.Lume Consultoria. No acumulado do ano a alta é de 1,7%, para 2 milhões 280 mil veículos.

O consultor Milad Kalume Neto disse que as vendas diretas representaram 55,4% do total dos emplacamentos de leves. A tendência, segundo ele, é de maior participação das vendas diretas em dezembro, podendo ficar próximo dos 60%.

Mercedes-Benz produz seu último caminhão na fábrica de Virrey del Pino

São Paulo – A Mercedes-Benz produziu o último caminhão na sua fábrica instalada em Virrey del Pino, unidade que operou nos últimos 74 anos na Argentina. A operação da empresa foi transferida para a unidade de Zárate, que iniciará os processos produtivos nos primeiros meses de 2026.

A unidade de Zárate é fruto de investimento de US$ 110 milhões e já funciona como centro logístico da Mercedes-Benz no país, graças à sua localização mais próxima dos portos e das principais estradas, mais um motivo para a decisão de transferir a produção. 

A produção em Zárate começará pelos caminhões Accelo e Atego, pelos chassis de ônibus OH e OF e pela linha de peças de reposição Reman.

A unidade de Virrey del Pino seguirá em operação sob controle da Prestige Auto, nova representante da Mercedes-Benz Cars e Vans na Argentina, que será responsável pela produção da Sprinter.

Mercado argentino recua pelo segundo mês seguido

São Paulo – O mercado argentino registrou o segundo mês seguido de queda em novembro, o que já era esperado pelas empresas fabricantes de veículos: os dois últimos meses do ano costumam ter vendas menores, uma vez que os argentinos costumam aguardar para comprar veículos novos em janeiro. Mas a retração também tem relação com a recessão em alguns setores da economia argentina e com as turbulências políticas e econômicas que afetaram o país nos últimos meses.

Estes fatores também podem ter motivado a antecipação de compra de alguns clientes, de acordo com a Acara. 

Em novembro foram vendidos 34,9 mil veículos, recuo de 3,6% na comparação com igual mês do ano passado e de 33,2% com relação a outubro, de acordo com dados divulgados pela Acara.

No acumulado do ano foram emplacados 587,7 mil veículos, crescimento de 49,7% sobre iguais meses do ano passado. A participação dos veículos brasileiros no total vendido foi de 49% contra 36% em idêntico período de 2024, enquanto a dos modelos argentinos caiu de 56% no ano passado para 40% em 2025.

Com este resultado conquistado até novembro o fechamento do ano deverá ficar em torno das 600 mil unidades, segundo as expectativas da Acara. 

No acumulado do ano a Volkswagen passou a Toyota e assumiu a primeira posição no ranking das marcas mais vendidas, graças ao bom desempenho do Tera no mercado local, chegando a 93,7 mil vendas, contra 90,9 mil da Toyota. Em terceiro lugar ficou a Fiat com 72,5 mil emplacamentos.

No ranking por modelo até novembro o Toyota Yaris segue na primeira posição com 29,5 mil unidades comercializadas, seguido de perto pelo Fiat Cronos com 29,1 mil. A terceira posição ficou com a Toyota Hilux, 29 mil.

Daniela Sena é a nova gerente de Gente e Desenvolvimento do Grupo Disal

São Paulo – Daniela Sena é a nova gerente da área de Gente e Desenvolvimento do Grupo Disal, empresa que opera nas áreas de consórcio, tecnologia e seguros. A contratação foi motivada pela ampliação do portfólio de produtos, com a inclusão do consórcio imobiliário, além de veículos leves.

Com quinze anos de experiência em recursos humanos Sena passou por empresas como Shipmasters International Freight e Associação Obra do Berço, em que liderou projetos de desenvolvimento de áreas de RH, estabelecimento de políticas e processos, além de iniciativas de comunicação interna e engajamento corporativo.

Formada em administração de empresas e pós-graduada em gestão estratégica de pessoas pela Universidade Mackenzie, tem MBA em recursos humanos e certificação em parceiro de negócios pela FEA USP. 

Aldo Costa assume a diretoria comercial da Renault

São Paulo – Desde 2023 à frente do marketing da Renault Aldo Costa agora passa a responder também pelas áreas de vendas e pós-vendas. O novo diretor comercial também passa a integrar o comitê de direção da Renault Geely do Brasil, reportando diretamente ao presidente e diretor geral Ariel Montenegro.

Paranaense de 43 anos, formado em comunicação social pela Universidade Positivo com pós-graduação em marketing pela PUC PR, Costa iniciou sua carreira na Renault em 2003 como estagiário e, desde então, ocupou diferentes posições na área comercial com foco em vendas, pós-vendas, planejamento e distribuição.

De 2017 a 2019 o executivo liderou o projeto de veículos autônomos para o Grupo Renault em Paris, França, sendo o responsável pela adoção de tecnologias como ADAS.

Em 2019 ele assumiu o planejamento de vendas e desempenho da Renault na América Latina e, enquanto responsável pelo marketing, desde 2023, esteve por trás do novo posicionamento da marca no País, que inclui campanha Viva a Nova Renault, com destaque ao novo line-up formado por Kardian, Boreal e, em breve, o Koleos.

Salão do Automóvel recebe público abaixo do esperado pela organização

São Paulo – Passaram pelo Distrito Anhembi ao longo dos dez dias do Salão do Automóvel 516 mil pessoas, de acordo com a RX, organizadora do evento que retornou após sete anos. Embora tenha ficado abaixo da expectativa da organização, que esperava 700 mil pessoas, uma nova edição do Salão foi confirmada para daqui a dois anos.

Para Igor Calvet, presidente da Anfavea, “o retorno do Salão é um sucesso absoluto. Como milhares de brasileiros estou, desde já, ansioso e em contagem regressiva para a próxima edição”.

Mayra Nardy, diretora de portfólio da RX, ressaltou a interatividade do público nesta edição que trouxe algo além da exposição de carros na forma de test drives. Segundo a organizadora foram mais de 10 mil testes realizados, sem qualquer intercorrência.

A próxima edição foi confirmada para 30 de outubro a 7 de novembro de 2027, com a presença de Caoa Changan, Caoa Chery, GAC, Hyundai, Kia, Omoda Jaecoo, Renault, Toyota, Suzuki Motos e as marcas da Stellantis.

Automob registra aumento de 11% nas vendas de suas concessionárias

São Paulo – Em sua primeira reunião com investidores a Automob, grupo de concessionárias integrante da Simpar que estreou no Novo Mercado da B3 em dezembro, apresentou seus resultados até setembro e divulgou projeção arrojada de crescimento para 2027: ampliar em quase 30% a receita líquida.

Para tanto Sebastian Los, CEO e diretor de relações com investidores da Automob, baseia-se nos números obtidos até o momento. Considerando apenas os veículos leves, responsáveis por 46% do faturamento do grupo, o volume comercializado por concessionária cresceu 11% no acumulado de nove meses. De janeiro a setembro de 2024 as vendas por loja somaram 48 unidades, sendo 31 0 KM e dezessete seminovos, e no mesmo período deste ano foram 53 unidades, acréscimo de 11%, sendo 32 novos, avanço de 4%, e 21 seminovos, 23% mais no comparativo anual.

O grupo mantém 197 concessionárias espalhadas pelo País, de 38 marcas. Considerando apenas as de automóveis e comerciais leves são 137 lojas que representam 31 montadoras.

“Não temos apenas aumento no número de pontos de venda mas a melhora do resultado das concessionárias do grupo, o que permite também o incremento de serviços e pós-vendas e aumenta tanto o capital de giro quanto nossa rentabilidade.”

O resultado é que, enquanto o mercado de leves novos apresenta alta de 4% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período em 2024, a Automob expandiu 14%, com 14,2 mil unidades.

Até o momento o market share do grupo é de 2,6% neste segmento – considerando estimativa potencial de 2,5 milhões de emplacamentos em 2025. No ano passado a participação foi de 2,5%. De 2020 para cá cresceu onze vezes, pois à época a fatia era 0,2%.

De acordo com Los ainda há muito espaço para crescer: “Estamos convencidos de que temos, além do contexto externo, que eventualmente poderia acelerar o atingimento das nossas projeções, muito trabalho interno. Um porcentual de nossas lojas converte mais de um carro usado em um novo.”

Projeção é ampliar faturamento em quase 30% até 2027

Nos doze meses encerrados em setembro a venda de 163 mil veículos leves e pesados da Automob resultou no faturamento acumulado de R$ 12,6 bilhões que, conforme projeção do CEO, deverá chegar a R$ 16,3 bilhões em 2027, expansão de 29%.

Para o EBITDA ajustado, hoje em R$ 536 milhões, a projeção é de que a métrica financeira que representa a lucratividade operacional desta, que é a primeira empresa do setor listada em bolsa, alcance R$ 980 milhões, ou seja, um acréscimo de 82,8%.

Receita cresceu vinte vezes em cinco anos

“A diversificação nos garante resiliência dentro de nosso negócio. Crescemos vinte vezes nos últimos cinco anos”, afirmou Los. O grupo representa tanto entrantes chinesas quanto montadoras tradicionais, do mercado brasileiro de veículos leves e pesados.

A receita líquida de R$ 600 milhões em 2020 passou a R$ 700 milhões no ano seguinte. E, em 2022, multiplicou-se quatro vezes e meia, para R$ 3,2 bilhões. Em 2023 triplicou a cifra, para R$ 9,5 bilhões. Encerrou o ano passado em R$ 12 bilhões após incremento de 27% e, até o terceiro trimestre deste ano, soma R$ 12,6 bilhões.

Há cinco meses no cargo o executivo ressaltou que, embora aquisições de marcas tenham sido escolhas estratégicas para a expansão, metade da receita líquida refere-se ao crescimento orgânico.

Desde 2023 foram investidos R$ 540 milhões

Nos últimos dois anos a Automob realizou investimento de R$ 540 milhões em sua infraestrutura, a fim de promover expansão, melhorias e padronização. O CEO apontou que 85% delas passaram por aberturas, reformas, retrofits ou mudanças de ponto: 

“Estamos em construção. Mas, após este aporte, nossa intenção de Capex para o futuro será inferior, uma vez não teremos necessidade de investir este valor novamente”.

Avanço dos importados derruba venda de pneus nacionais

São Paulo – As vendas de pneus nacionais, de janeiro a outubro, somaram 32,5 milhões de unidades, volume 3,2% menor do que o registrado em igual período do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Anip, entidade que representa a indústria nacional de pneus. Segundo a entidade o recuo no ano foi causado pela menor demanda do mercado de reposição:

“O retrato do ano é muito ruim para a indústria”, disse o presidente da Anip, Rodrigo Navarro. “Especialmente pelo acirramento da concorrência com pneus importados, que seguem entrando no País a preços muitas vezes inferiores ao custo de produção”.

A Anip propõe, há tempos, que o Brasil tome medidas como as adotadas por Europa, Estados Unidos e México, que estão exigindo condições isonômicas de competição, seja por parte dos fabricantes nacionais ou dos importadores. As medidas envolvem questões que vão além dos preços, como o cumprimento de normas ambientais e de conformidade técnica.

Do total vendido de janeiro a outubro 11,3 milhões de pneus foram fornecidos para montadoras, com alta de 4,1% sobre iguais meses do ano passado, aumento que não foi suficiente para ajudar o mercado geral, uma vez que as entregas para o segmento de reposição somaram 21,2 milhões, recuo de 6,7% na mesma base comparativa.

Em outubro as vendas totais de pneus somaram 3,5 milhões de unidades, queda de 7,4% sobre idêntico mês do ano passado e estabilidade com relação a setembro.

Deste volume 1,2 milhão foi entregue para as montadoras, volume 13,4% menor do que o entregue em outubro do ano passado e 2,3% menor do que fornecido em setembro, enquanto que na reposição foram comercializados 2,3 milhões de pneus, retração de 4% na comparação com outubro do ano passado e alta de 15,3% sobre setembro.