Expo de Transportes do ABCD estima geração de R$ 600 milhões em negócios

São Paulo – Em sua vigésima-quinta edição a Expo de Transportes do ABCD projeta a geração de R$ 600 milhões em negócios e a atração de público recorde de 87 mil pessoas. A feira será realizada de 25 a 27 de setembro no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, SP, pelo Sinaceg, Sindicato Nacional dos Cegonheiros, com a Conexão Eventos. 

A expectativa de negócios a serem fechados nos três dias indica um crescimento de 20% com relação ao resultado do ano passado. Estão confirmadas as presenças de Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen Caminhões e Ônibus, DAF, Iveco e Volvo. 

Reconhecida como o segundo maior evento de transportes de São Paulo, atrás apenas da Fenatran, a Feira dos Cegonheiros, como também é chamada, estará aberta das 16h00 às 22h00, com entrada gratuita, mas a organização solicita que os visitantes levem 1 kg de alimento não perecível para doação.  

Presidente Lula ganha quatro Chevrolet Blazer para formar frota elétrica

São Paulo – Quatro Chevrolet Blazer EV foram entregues à Presidência e à Vice-Presidência da República pela General Motors, em parceria com a WEG, responsável por instalar a infraestrutura de recarga no Palácio do Planalto. Os veículos serão utilizados em atividades e compromissos das duas autoridades, marcando avanço na modernização da frota oficial. 

Os modelos cedidos são da versão RS, com autonomia de até 481 quilômetros, de acordo com o Inmetro, e baseados na mais avançada plataforma global de baterias da GM. A WEG forneceu dois carregadores convencionais, do tipo AC, e um rápido, DC, a fim de garantir agilidade e eficiência no abastecimento.

Os veículos são de propriedade da montadora e foram oferecidos ao governo sem qualquer custo, por meio de contrato de comodato válido por um ano e com possibilidade de renovação. Os carregadores foram incluídos no mesmo modelo de empréstimo.

IQA amplia certificação de reparação automotiva para veículos eletrificados

São Paulo – O IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, anunciou a expansão de seu portfólio técnico com a inclusão de novo escopo dedicado à certificação de veículos eletrificados.

A medida, que visa a qualificar o setor de reparação automotiva, atende à crescente demanda de fabricantes, importadores e integradores de sistemas automotivos que atuam com mobilidade de híbridos e elétricos. 

A novidade foca na segurança e na qualidade do serviço prestado por oficinas que fazem a manutenção de componentes típicos desses modelos, como baterias de tração, conversores de energia, sistemas de alta voltagem, arrefecimento específico para propulsores elétricos e elementos de controle eletrônico.

Hyundai apresenta seus planos globais até 2030

São Paulo – Pela primeira vez na história a Hyundai reuniu, fora da Coreia do Sul, seus investidores e acionistas para divulgar o planejamento estratégico até 2030. Em Nova York, NY, o CEO José Muñoz contou que a meta é alcançar a venda de 5 milhões 550 mil veículos globalmente, por ano, dos quais 60%, ou 3,3 milhões, com alguma tecnologia de eletrificação.

Até 2030 a capacidade de produção global será elevada em 1,2 milhão de unidades, com investimento em fábricas inteligentes. Só nos Estados Unidos serão 500 mil unidades, para que 80% de suas vendas locais sejam de veículos produzidos no país. Há projetos também na Índia, que será um hub de exportação com fábrica de 250 mil unidades, Coreia do Sul e montagem de CKD na Arábia Saudita, Vietnã e Norte da África.

Eletrificação

Além dos tradicionais híbridos e elétricos, como o Kona e o Ioniq 5 já disponíveis no portfólio atual, inclusive no mercado brasileiro, a companhia prepara uma nova tecnologia chamada EREV. Trata-se de um extensor de bateria, estas também otimizadas e de desenvolvimento e produção própria. A ideia é oferecer quase 1 mil quilômetros de autonomia combinando motores a gasolina e elétricos, mas com a tração 100% elétrica. A expectativa é a de lançar o primeiro modelo em 2027.

A estratégia de eletrificação será regionalizada, de acordo com a Hyundai, com cada mercado recebendo produtos que melhor o atendem. Outros pormenores não foram divulgados.

Com relação à América do Sul foi citada a parceria com a General Motors, recentemente anunciada, que tem como objetivo oferecer vans elétricas na América do Norte e veículos compactos, SUVs compactos e uma picape compacta e média para a América do Sul e Central.

Conheça os finalistas de Veículos Comerciais de Carga

O sucesso do Iveco S-Way

O Iveco S-Way vem se consolidando como um dos caminhões pesados mais avançados produzidos no Brasil. Equipado com motor Cursor 13, da FPT Industrial, está disponível em três versões — 4X2, 6X2 e 6X4 — com potências variando entre 480 e 540 cv, adequadas às diversas missões do transporte rodoviário no Brasil.  O modelo é equipado com transmissão automatizada ZF TraXon de 12 marchas, garantindo alto desempenho e eficiência energética.

Neste ano, o modelo celebrou uma grande conquista: a comercialização de seis mil unidades. O melhor caminhão já fabricado pela montadora no país se diferencia por atributos que o tornam a opção ideal para transportadores e autônomos: potência, economia de combustível e tecnologia de ponta. Testado em mais de 2,5 milhões de quilômetros rodados, o modelo atual se destaca por consumir até 15% menos combustível que sua geração anterior.

Além disso, a versão com suspensão pneumática (disponível nas versões 4X2 e 6X2) é ideal para o transporte de cargas frágeis. A linha S-Way também conta com a versão NG, movida a gás natural e biometano, que contribui para a descarbonização do transporte de cargas e reforça o compromisso da marca com sustentabilidade e menor emissão de poluentes.

Projetado para conforto e segurança, o S-Way traz cabine espaçosa, ar-condicionado digital, bancos ergonômicos e avançados sistemas de assistência, como controle de cruzeiro adaptativo e frenagem autônoma de emergência. Produzido em Sete Lagoas (MG), é o principal modelo da Iveco no Brasil, unindo tecnologia, desempenho e responsabilidade ambiental. Uma escolha estratégica para transportadores que buscam excelência operacional e sustentabilidade.

O Iveco S-Way oferece um pacote avançado de soluções por meio do Iveco On, ferramenta de conectividade focada na gestão de frotas, manutenção e serviços. Esta solução apresenta uma taxa de 100% de adesão entre os clientes que adquiriram o modelo. A conectividade permite o uso de uma série de recursos e tecnologias embarcadas, como inteligência artificial, para facilitar o dia a dia de quem está na estrada, promovendo rentabilidade e proporcionando uma experiência única ao transportador. Desde seu lançamento em 2023, o IVECO ON gerou uma economia de 115 milhões de reais em consumo de combustível para os clientes e contribuiu para a redução de 50 mil toneladas de CO2 por ano no meio ambiente.

Aposta da Scania

Apresentado na última Fenatran, o semipesado P 280 constituiu a principal aposta da Scania para ampliar sua participação no mercado brasileiro. A nova linha P 280 vem equipada com motor inédito de 7 litros e versões 4X2, 6X2 e vocacional 6X4 XT. O novo motor de 6 cilindros em linha entrega desempenho e eficiência voltados a operações urbanas, regionais e aplicações na construção civil leve. A unidade motriz tem duas opções de potências: 250cv com torque de 1.100 Nm e 280 cv com torque de 1.200 Nm (4×2 e 6×2). São modelos que oferecem os maiores torques da categoria.

A transmissão G25 automatizada com 14 marchas, com troca de marchas mais rápidas e precisas, tem sistema de controle que seleciona automaticamente a velocidade ideal para cada situação de condução. As etapas de desempenho do Scania Opticruise, com super crawler e overdrive como padrão, são projetadas para suportar um torque mais alto em menores rotações do motor proporcionando menor consumo de combustível.

Os semipesados da marca são amplamente reconhecidos não apenas pela eficiência e robustez, mas também pelo conforto e pela eficiência operacional. O modelo P 280 6×2 é equipado com suspensão pneumática traseira, permitindo o ajuste da altura do baú em relação à doca, facilitando o carregamento e descarregamento das mercadorias, além de oferecer maior proteção à carga, reduzindo os danos que ela pode sofrer durante o trajeto. Adicionalmente, a fabricante reduziu a tara do caminhão em 600 quilos, o que possibilitou um aumento de aproximadamente 7% na capacidade de carga.

Toda a linha já incorpora a nova arquitetura eletrônica da Scania, com painel digital de 12,3 polegadas, central multimídia com suporte para 5G e atualizações remotas. O sistema permite a instalação de rastreadores e câmeras direto de fábrica, sem interferências na estrutura elétrica. Oferece alta resolução para melhor visibilidade e segurança na condução, incluindo novos campos programáveis e funções integradas com o implemento. A nova Multimídia Scania, na dimensão de 10,1, oferece conectividade integrada, bluetooth e conectores USB C, rádio, Apple CarPlay e Android Auto. Isso tudo além de permitir controlar a suspensão do veículo, acionar o ar-condicionado, as luzes internas e a tomada de força, entre outras funcionalidades. Com esse lançamento, a Scania reforça sua estratégia de crescimento em novos nichos de mercado e eleva o padrão tecnológico dos semipesados no Brasil.

Extra-pesado de nicho

Desenvolvido para operações rodoviárias de médias e longas distâncias, o novo Constellation 20.480 4×2 foi lançado no final de 2024, durante a Fenatran. Repleto de tecnologias, o modelo redefine a presença da Volkswagen Caminhões e Ônibus no segmento extrapesado. O novo cavalo-mecânico tem capacidade para até 56 toneladas e incorpora o conceito que consagrou a linha: “menos você não quer, mais você não precisa”.

Com 56 ton de PBTC, o modelo posicionou-se num segmento intermediário frente à oferta que a montadora apresentava: antes, as opções eram de 45 ton ou, já na versão 6×2, 58,5 ton. O novo extrapesado 4×2 da montadora tem como um de seus maiores destaque o motor D26 de 13 litros, 480 cavalos e torque de 2.400 Nm, o mais potente da categoria.

Aliando força e economia, traz também a transmissão automatizada V-Tronic de 12 velocidades e alto nível de eletrônica embarcada, com opção de modos de condução e tecnologia preditiva para troca de marchas, visando a uma maior eficiência da operação e consumo. Tudo de série. Está equipado ainda com freio motor auxiliar de 428 cavalos para garantir ainda mais performance.

Com entreeixos de 3.600 mm, todo o conjunto do chassi está reforçado e pronto para encarar as mais severas aplicações. Todos os componentes foram otimizados para a maior capacidade de carga, com nova longarina, travessas e quinta-roda para facilitar engates dos implementos. Dois tanques de alumínio de 470 litros de combustível compõem o veículo para agilizar a logística operacional, garantindo a maior autonomia da categoria. Além disso, inclui o sistema Predictive Shifting com GPS, sensor de inclinação, Eco-roll e modo manobra, que melhora o consumo.

A suspensão pneumática integral com quatro bolsões também vai agregar comodidade e conforto para o motorista, além de beneficiar a segurança da carga. É otem de série, inclusive. O modelo já chega com um sistema inteligente de leitura da carga por eixo e com a possibilidade para redistribuição de forma a equilibrar o peso em cada eixo. Adicionalmente, o motorista tem a opção de programar os bolsões de ar para ajustar a altura do implemento durante o carregamento ou o descarregamento do veículo. Tudo executado remotamente de dentro da cabine.

Sérgio Carvalho colocou a Randoncorp no mapa das empresas de tecnologia

São Paulo – Encerrou no começo de setembro a jornada de oito anos e sete meses de Sérgio L Carvalho na Randoncorp. Nos últimos três anos e nove meses como CEO. Ao longo do período o executivo transformou a companhia, que passou a desenvolver tecnologia própria, e mostrou ao mundo que é muito mais do que a empresa que começou fabricando reboques e semirreboques em Caxias do Sul, RS, 77 anos atrás. 

Quando assumiu como CEO do grupo, em 2022, seu foco era a internacionalização da operação, o crescimento acelerado e o fortalecimento do comitê executivo. De lá para cá os principais indicadores financeiros, como receita, EBITDA e lucro líquido aumentaram de quatro a nove vezes, e 23 empresas foram adquiridas, o que posicionou tanto Randoncorp como Frasle Mobility de forma diferenciada no Exterior, além de prover ampliação do portfólio e maior presença no mercado de reposição.

Atualmente a Randoncorp conta com 19 mil funcionários – à época em que Carvalho entrou na empresa havia quadro de 8 mil pessoas, ou seja, houve acréscimo de 137%. Um ano antes de se juntar ao grupo o faturamento era de R$ 2,6 bilhões e, agora, a projeção é encerrar o ano com receita líquida de R$ 13 bilhões a R$ 15 bilhões. Expansão de até 477% em quase nove anos.

Presente com seus produtos em 125 países o grupo conta hoje com 33 operações industriais e dezoito centros de distribuição em treze países, como Alemanha, Argentina, China, Estados Unidos, Holanda, Índia, México, Reino Unido e Uruguai.

Em entrevista à Agência AutoData Sérgio Carvalho destacou que, além da relevante expansão internacional, orgulha-se da criação, no fim de 2017, de grupo para desenvolver tecnologias avançadas, período em que era CEO da Frasle e COO da então divisão Autopeças da Empresas Randon. 

“Pensamos que a rotina da fábrica e a necessidade de dar resultados e cuidar da produção seriam prioridade e a tentativa de desenvolver produtos mais disruptivos ficaria em segundo plano. Então criamos equipe separada, para mostrar que estávamos indo para o jogo.” 

Como resultado em menos de dois anos, em outubro de 2019, durante a Fenatran, foi apresentada a primeira carreta elétrica do mundo, a e-Sys, com tecnologia, eixo elétrico de tração, baterias, software, motores, tudo desenvolvido pela Suspensys: “Hoje ela está em produção, e embora ainda seja um produto de nicho pelos custos altos de bateria, a cada ano fica mais interessante economicamente. Foi tão inovador que só seis anos depois países europeus começaram a oferecer este tipo de produto. Então, pela primeira vez na história, brinco que o Brasil estava à frente da Alemanha no setor automotivo”. 

Há dois anos os alemães desenvolveram item semelhante, mas muito básico, nas palavras de Carvalho, “com tecnologia muito pobre se comparada à nossa”. Este desenvolvimento, a propósito, foi o marco para colocar a Randoncorp, ainda Empresas Randon, no mapa das companhias que criam tecnologia.

“Internamente começou a gerar uma onda, porque o pessoal começou a acreditar que éramos capazes de criar coisas maravilhosas.”

Ele relatou que muitos profissionais da empresa quiseram juntar-se ao grupo e foi assim que nasceu o ICT, Instituto de Ciência e Tecnologia, hoje o terceiro maior emissor de patentes do País, atrás de Petrobras e Stellantis. No local são realizadas pesquisas em materiais, nanotecnologia e eletromobilidade e criadas soluções em automação e robótica industrial.

Implementos rodoviários respondem por 30% do faturamento do grupo

Outro ponto ressaltado em sua trajetória foi a mudança da estrutura da companhia, que até então dependia de segmentos muito voláteis e cíclicos, como os implementos rodoviários. Atualmente há cinco verticais de negócios, o que a tornou mais forte. 

“O perfil de reboques e semirreboques responde hoje por, no máximo, 30% da empresa. O restante são outros negócios que cresceram e floresceram. Por esta razão mudamos o nome.”

Contratado para dirigir as autopeças, inicialmente, por até três anos, a expansão do segmento foi tamanha que o ramo, somada à Frasle, chegou a representar 65% da empresa: “Então eu já era responsável, antes de me tornar CEO, por 97% da empresa. Só não tinha o Banco Randon, que assumi com o novo cargo”.

Carvalho classifica a história de 77 anos do grupo em três blocos, sendo nas três décadas iniciais um negócio regional de Caxias do Sul, RS, dedicado aos implementos. Nos anos 1980 passou a trabalhar também com autopeças e a criar joint ventures e, nos últimos anos, cresceu de maneira acelerada, internacionalizou-se, desenvolveu novas tecnologias, mudou o seu perfil de negócio e, também, seu nome. 

Agora Carvalho segue como conselheiro executivo sênior e prepara-se para trabalhar como consultor externo independente, a fim de contribuir com o planejamento estratégico da companhia. Ele também continua nos conselhos deliberativos das joint-ventures Master Freios e Jost Brasil.

Como a trajetória profissional de Sérgio Carvalho ajudou a internacionalizar a Randoncorp

São Paulo – Aos 69 anos de idade Sérgio L Carvalho, ex-CEO e presidente da Randoncorp, conseguiu, após duas tentativas frustradas, pendurar as chuteiras. Carioca que viveu até a fase universitária com idas e vindas de Rio de Janeiro a São Paulo, graduou-se em física na Universidade de São Paulo – embora desde cedo trabalhasse na área técnica, como engenheiro, o curso não estava disponível no horário noturno, então optou por algo que tivesse a matemática mais presente e que pudesse fazer cálculo de resistência dos materiais.

A digital de internacionalização deixada por Carvalho na Randoncorp é moldada por jornada profissional iniciada nos anos 1980. Tudo começou quando fez estágio no Grupo Braseixos, em Osasco, SP, pertencente à família Vidigal, à qual ele traça paralelo com a Randon, “tão influente quanto, só que em São Paulo”. Com a aquisição das ações pelo conglomerado Rockwell Automotive, dos Estados Unidos, no mês seguinte o executivo foi transferido para lá.   

Quis o destino, portanto, que ele desenvolvesse sua carreira fora do Brasil. Permaneceu por três décadas na Rockwell, que depois tornou-se ArvinMeritor, Meritor e, mais para a frente, foi adquirida pela Cummins.

Em descontraída conversa com a Agência AutoData Carvalho rememorou trajetória composta por passagens em outras empresas, o que incluiu a ida para a China desenvolver gigantesco complexo industrial: “Esta foi uma das minhas grandes realizações na vida, um projeto de dez anos que fizemos em três”, disse, ao lembrar que em meio à crise imobiliária de 2008 nos Estados Unidos, após conseguir o refinanciamento da Sypress Technology, da qual era presidente, aceitou a proposta de desenvolver o negócio em Guangdong, Sul da China.

“Havia a edificação e mais nada. Não tinha produto, não tinha gente, não tinha equipamento para usinar. Então, criamos equipe com 27 ocidentais, a maioria dos Estados Unidos, três brasileiros e quatro europeus. Todos de cabelo grisalho ou com poucos fios de cabelos, ou seja, pessoas com experiência para melhorar a assertividade por causa do tempo escasso de execução.”

A Trax Americas, criada pelo próprio Carvalho e contratada pela chinesa Fuwa Heavy Industries, então desenvolveu linha de eixos dianteiros, suspensões para caminhões e freios em complexo industrial de doze fábricas verticalizadas com mais de 1 milhão de m² de área construída, que ao término dos três anos somava 4 mil funcionários.

“Aprendi muito também sobre a importância da velocidade na China, de acreditar em alguns propósitos e colocar a capacidade produtiva antes do mercado, mas também deu para ensinar bastante e criar um mínimo de rotina.”

Carvalho brincou dizendo que falhou duas vezes na vida quando tentou aposentar-se: “A primeira foi ao vender minha empresa e, dois meses depois, estava de volta ajudando um amigo e, aos poucos, voltei aos negócios”.

Ele se refere à fabricante de eixos e suspensões Trax Mechanical System, rebatizada de AXN Heavy Duty, que formou com a esposa e a filha que atualmente mora em Portugal, e que em janeiro foi adquirida pela subsidiária indireta da Randoncorp nos Estados Unidos, a Randon Auto Parts.

A segunda foi quando teve de mudar-se de Kentucky para Wisconsin para o trabalho em empresa de private equity, que também pesava contra o fato de ser uma área mais árida, então ele decidiu parar: “Mas falhei de novo porque recebi uma ligação de um headhunter que eu não ia atender, durante o feriado de ação de graças. Minha filha mais velha disse: ‘Pai, você tem de falar’. Ela atendeu e me repassou o telefone. Era um headhunter em nome da Randon”. 

A empresa era sua velha conhecida, uma vez que foi conselheiro da fabricante de freios para veículos pesados Master, joint venture da Empresas Randon e da Meritor, pelo lado estadunidense, por duas décadas: “Quando foi criada a Suspensys eu que negociei e tirei do papel na parte dos Estados Unidos. O primeiro contrato de fornecimento da Frasle para o país tinha minha assinatura também”.

Carvalho então voltou ao Brasil para contribuir por três anos – o que se estendeu por quase nove.

“Agora tenho minha terceira e última tentativa de me aposentar”, disse, aos risos. “Mas que fique claro: estou me aposentando, não estou parando de trabalhar.”

Residente em Chicago o executivo continua nos conselhos de administração do qual faz parte e se dedica a dar mentoria a executivos que estão sendo preparados para o futuro da Randoncorp. 

“Você chega em uma fase em que transmitir aquilo que aprendeu a outras pessoas é algo que passa a ser prioritário. Agora não é mais preciso provar nada a ninguém, já foi provado, está satisfeito”, afirmou. Ele não descarta também a possibilidade de dar aulas, ainda que seja em universidades no Brasil.

Pai de três filhas, uma arquiteta que mora na mesma cidade, outra enfermeira que mora em Nova York, e a terceira, arqueóloga e que mora em Portugal – com quem fundou a AXN –, agora Carvalho terá mais tempo para curtir a família e dedicar-se ao seu mais recente hobby: navegar com seu barco no Lago Michigan com seu neto Pasquale, 4 anos, que em um par de horas poderá visitar o avô.

Os planos da GWM para o Brasil na AutoData de setembro

São Paulo – A revista AutoData de setembro conta os planos da mais nova fabricante de veículos instalada no Brasil, a Great Wall Motor, ou só GWM. Uma cobertura especial de 30 páginas esmiúça o desenvolvimento da empresa, desde o longo e sólido planejamento para entrar no mercado brasileiro, a estratégia comercial inovadora, a construção de uma rede de concessionárias de alto valor, os mais recentes lançamentos de dois veículos turbodiesel Haval H9 e Poer P30 que serão produzidos no País ao lado do Haval H6, até a inauguração da fábrica de Iracemápolis, SP, que demorou mais de três anos para entrar em operação.

Também figura nas páginas desta edição a cobertura do 33º Congresso & Expo Fenabrave, em que os distribuidores autorizados de veículos comemoraram o maior tamanho já alcançado pelo setor no País, com mais de 8 mil concessionárias em operação.

E da onda de investimentos bilionários que se levantou dentre os fabricantes de veículos que atuam no País, este mês destacamos o projeto da Toyota, que aportará R$ 11,5 bilhões até 2030. Visitamos as obras da nova fábrica em construção no complexo de Sorocaba, SP, que quase que dobrará a capacidade de produção da empresa no Brasil, tanto para vender aqui quanto para aumentar as exportações.

Trazemos, ainda, boas notícias para os fornecedores de Volkswagen e Iveco. As duas fabricantes reconheceram com troféus os seus melhores fornecedores no Brasil e na Argentina, mas o prêmio maior é a notícia que ambas comprarão mais componentes e já calibraram para cima o orçamento de compras deste ano.

Nas páginas do From The Top – entrevista mensal com executivos do setor que também pode ser assistida em nosso canal do YouTube – este mês conversamos com Paulo Solti, vice-presidente de peças e serviços da Stellantis América do Sul, que está à frente das operações cada vez maiores de pós-vendas, incluindo o aftermarket independente de venda de peças de reposição e rede de oficinas de reparação, além do recente e crescente negócio de economia circular, com a desmontagem, reciclagem e reaproveitamento de componentes de veículos em fim de vida.

Também não esquecemos do Chevrolet Spark, que a GM decidiu montar no Ceará, e dos lançamentos da van Toyota Hiace e da linha 2026 dos Peugeot 208 e 2008, os primeiros da marca com versões eletrificadas, equipadas com o sistema híbrido flex leve da arquitetura Bio-Hybrid da Stellantis.

Para ler estas e outras reportagens da AutoData de setembro basta acessar a revista digital aqui ou baixar o arquivo PDF aqui.

Para outubro já estamos preparando a tradicional Edição Perspectivas, para entender como se desenha 2026, que já está chegando. Até lá!

Vendas de veículos crescem 7% na América Latina

São Paulo – As vendas de veículos somaram 3 milhões 833 mil unidades de janeiro a agosto na América Latina, alta de 6,5% sobre as 3 milhões 598 mil unidades de iguais meses do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Aladda, Associação Latino-americana dos Distribuidores Automotores.

O país que mais cresceu no acumulado do ano foi a Venezuela, que viu seu mercado mais do que dobrar de tamanho, com expansão de 107,7% e 21 mil unidades vendidas. O segundo maior crescimento foi registrado pela Argentina, com incremento de 63,2% nos emplacamentos e 437,4 mil unidades comercializadas. A Colômbia registrou alta de 27%, o terceiro maior da região, com 150,3 mil vendas.

O Brasil correspondeu pelo maior volume comercializado na região, com 1 milhão 668 mil, expansão de 2,8% sobre iguais meses de 2024. 

De janeiro a agosto apenas dois países registraram queda nas vendas, considerando os treze dos quais a Aladda contabiliza os dados: México e Costa Rica, com retrações de 1,6% e 5,7%.

Em agosto as vendas avançaram 1% na região, somando 521,8 mil unidades.

BYD garante o uso de energia 100% renovável na Bahia

São Paulo – A BYD recebeu o selo I-Rec, certificação internacional que garante que 100% da energia usada na fábrica instalada em Camaçari, BA, é gerada a partir de fontes renováveis. No caso da BYD a energia utilizada na unidade baiana é eólica, segundo comunicado divulgado pela empresa.

Com o uso de energia limpa a BYD deixou de emitir cerca de 470 toneladas de CO2 de outubro do ano passado a agosto.