São Paulo – A Scania apresentou na quinta-feira, 2, a nova linha de caminhões que substituirá a atual PGR, dois anos após o lançamento global feito na Europa. A geração de veículos é fruto dos R$ 2,6 bilhões anunciados em investimentos até 2020, aporte que a empresa ainda emprega para preparar a produção nacional de novas cabines e motores que compõem a gama que passa a integrar a oferta da companhia em fevereiro.
Até agora, trazer ao Brasil a produção da linha consumiu R$ 1,5 bilhão do total anunciado para o ciclo 2016-2020. Nas unidades produtivas, os dispêndios chegaram a R$ 400 milhões. Foram construídas área de pintura, de soldagem de cabines e novos equipamentos na fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Em Tucumã, na Argentina, a Scania investiu em atualização de máquinas para produzir os componentes da caixa de transmissão que integra os novos veículos.
A parcela restante do que foi investido até agora serviu para custear o desenvolvimento dos caminhões. De acordo com Christopher Podgorski, presidente da companhia, afora a aplicação em construção de estrutura produtiva, a maior parte do que foi consumido até agora pela nova geração de veículos diz respeito aos testes de validação e adequações do projeto original às demandas e exigências do Brasil e do mercado latino-americano – para onde também serão exportados:
“Os veículos são maduros para o mercado europeu, que demanda menos dos caminhões em termos de desgaste. O mercado da nossa região é composto por aplicações mais severas, e isso fez com que fizessemos modificações estruturais em chassis, suspensões, de forma que o conjunto ficasse mais robusto”.
Para validar o produto, como costumam se referir engenheiros de montadoras ao processo de testes de novos veículos, a Scania submeteu os caminhões à rodagem de um milhão de quilômetros. Nos testes foram verificados parâmetros como durabilidade e precisão do conjunto mecânico adaptado às condições climáticas e de estrada da América Latina. Os testes ainda seguem e podem chegar, ao final do processo, a dois milhões de quilômetros percorridos.
A NGR, como foi chamada a nova geração de cabines, é composta por quatro versões — uma a mais do que a anterior. A cabine S, que passa a integrar o portfólio da Scania, é a versão topo de linha por possuir características consideradas premium, como mais espaço interno, piso plano, airbag lateral do tipo cortina, dentre outros itens. O número de cabinas na nova geração aumentou de sete para dezenove, incluindo as das versões P, G e R. Os motores saltaram de três para quatro versões e onze faixas de potência.
Segundo Podgorski, a nova geração é construída com equipamentos e componentes diferentes aos da geração anterior. Dessa forma, o executivo disse que foi necessário usar parte dos recursos no desenvolvimento de novos fornecedores: “Tivemos de construir um ferramental novo para as empresas da cadeia de fornecimento em função das peças novas”.
A cadeia, disse Podgorski, passa a ter catorze empresas que não atendiam a Scania anteriormente e, por meio de negociações feitas pela matriz na Suécia, passam a atender à companhia também no Brasil. Uma dela é a Klippan, que fornecerá sistemas de camas. A empresa, cuja matriz também fica na Suécia, atua no Brasil desde 2000 e possui fábrica em Taubaté, SP.
A produção dos novos veículos no País será realizada com o atual quadro de funcionários da companhia, que hoje gira em torno de 3,5 mil em duas jornadas. O perfil cada vez mais exportador da companhia e a nova gama não foram suficientes para que a empresa recorresse ao aumento dos postos de trabalho. De tudo que é fabricado hoje no ABC Paulista – 80 veículos /dia – 70% é voltado ao mercado externo.
Foto: Divulgação.
Notícias Relacionadas
Últimas notícias