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Trabalho
01/02/2019

Metalúrgicos recusam propostas da GM

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Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São Paulo – A direção da General Motors encontra resistência da parte dos trabalhadores para colocar adiante o seu plano de corte de custos no Brasil, um dos ingredientes para confirmar os investimentos de cerca de R$ 10 bilhões previstos para suas fábricas locais nos próximos anos. As negociações estão emperradas e, em alguns casos, a própria empresa recuou de pontos colocados em pauta.

 

Em Gravataí, RS, onde produz os compactos Onix e Prisma – os mais vendidos da gama Chevrolet no Brasil – o Sindicato dos Metalúrgicos informou que a GM admitiu manter o acordo coletivo em vigor até março do ano que vem. As 21 medidas propostas pela direção da empresa, incluindo não pagamento de PLR e não dar reajuste salarial e do piso, foram recusadas.

 

“Não aceitaremos retiradas de direitos e dos benefícios conquistados a duras custas ao longo dos anos”, informou a entidade em nota. “A fábrica de Gravataí já está com seu investimento garantido pelo acordo coletivo de 2017 que hoje é a nossa garantia para não perdermos os benefícios.”

 

Em comunicado, a GM confirma o acerto com os trabalhadores gaúchos. Mas afirmou que as negociações continuam: “A pauta entregue ao sindicato continuará a ser negociada e concluída até o término do presente acordo”.

 

Outra fábrica que se apoia em acordo coletivo firmado há dois anos é a de São Caetano do Sul, SP, de onde saem Cobalt, Montana, Onix Joy e Spin. No caso da unidade a validade é até 2021. Por isto, segundo o presidente Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, não há nada a ser negociado – e não se trata, na sua opinião, de “radicalizar contra”.

 

“O acordo está assinado e precisa ser cumprido. Não há o que negociar. Como poderei ir a uma reunião tratar do que já foi decidido?”

 

No caso da unidade de São José dos Campos, SP, que produz a picape S10 e motores, não há acordo coletivo em vigor. Mesmo assim o sindicato local se recusa a aceitar as propostas da GM, que incluem, segundo a entidade, congelamento de salário, novos pisos, terceirização irrestrita e fim da estabilidade de emprego para lesionados.

 

Na manhã de sexta-feira, 1º, os trabalhadores atrasaram a produção em uma hora e meia para que, em assembleia, a proposta da GM fosse apresentada aos trabalhadores. Que repudiaram, mesmo com o recuo da direção da empresa em alguns pontos – como jornada de 44 horas semanais e jornada intermitente, previstas na nova legislação trabalhista.

 

As discussões seguem nos próximos dias, assim como com os governos de São Paulo e Rio Grande do Sul. 

 

Foto: Divulgação.