Quando se trata de projeções, previsões, impressões ou até adivinhações há uma velha máxima a indicar que a dúvida mais importante e mais reveladora é a pergunta que vale US$ 1 milhão – um jeito elegante e simpático de dizer que ninguém faz a mínima ideia da resposta.
E a pergunta de milhão de dólares no mercado nacional de automóveis hoje é: quem ocupará o espaço deixado pela Ford? Como toda boa pergunta desse valor não se sabe, agora, a resposta. Mas há boas pistas que podem valer, ao menos, algumas dezenas de milhares de dólares pelo caminho.
QUANTO PARA QUEM
A primeira indicação, naturalmente, é tentar quantificar o tamanho do espaço que será deixado pela Ford antes de buscar quem é que poderia ocupá-lo majoritariamente. Para isso os dados disponíveis até agora são insuficientes ainda que, ao mesmo tempo, e ao menos por enquanto, reveladores.
Fevereiro foi o primeiro mês cheio de vendas da Ford depois do anúncio do encerramento da produção local de veículos, que ocorreu em 11 de janeiro. Ao menos o primeiro terço daquele mês, o primeiro, portanto, ficou livre do impacto. Na prática isso representou apenas uma semana de vendas, porque o primeiro dia útil do mês, e do ano, foi a segunda-feira, 4, e o anúncio ocorreu na segunda-feira da semana seguinte. Claro que existiam negócios já fechados e ainda não registrados no Detran, então pode-se considerar, na média, que foi mesmo a segunda metade do mês – geralmente a mais forte – que teve seus resultados afetados diretamente pela notícia.
Já fevereiro contava desde o primeiro dia com o fato já sabido, concreto e até, digamos, digerido. E o resultado foi impressionante. A participação de mercado Ford simplesmente derreteu no mês e chegou a um patamar nunca visto em sua rica história de mais de 100 anos no País: fatia de apenas 1,9%, com meros 2,4 mil automóveis licenciados ao todo durante o mês inteiro – excluindo-se os comerciais leves, no caso a picape Ranger. Com isso a fabricante retrocedeu para a décima posição do ranking, atrás de, pela ordem, Volkswagen, Chevrolet, Fiat, Hyundai, Jeep, Renault, Toyota, Honda e Nissan. Só foi melhor, igualmente pela ordem, do décimo-primeiro em diante, do que Caoa Chery, Peugeot, BMW, Citroën e Audi, formando os quinze primeiros
Esta reportagem integra a revista AutoData 375, de março de 2021. Para ler completa clique aqui ou na imagem abaixo.