Este texto faz parte do especial Órfãos da Ford, publicado na edição 388 da revista AutoData.
O choque foi grande e a volta por cima é difícil e incerta, mas o governo da Bahia garante ter planos consistentes para o futuro da área de 4,7 milhões de m2 do complexo automotivo no Polo Industrial de Camaçari, BA, a 50 quilômetros da Capital Salvador, abandonado pela Ford e por seus fornecedores há pouco mais de um ano. O foco, agora, é atrair outro grande fabricante de veículos para liderar a reconstrução e adotar os órfãos do projeto deixados para trás.
A decisão da Ford de encerrar todas as atividades industriais no País deixou legado de desemprego e de forte retração de economias locais, com maior efeito negativo em Camaçari, cidade que do dia para a noite viu ser reduzido a nada o polo automotivo iniciado ali vinte anos antes pela fabricante de veículos e por 26 fornecedores, que em projeto inédito no mundo participavam da produção dos carros em estações inseridas na linha de montagem.
Logo após o anúncio de fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, em janeiro de 2021, o governo baiano iniciou a busca de empresas do setor automotivo para retomar a produção de veículos no Estado. Muitas conversas já foram realizadas mas até agora sem resultados concretos.
As tratativas inicialmente se concentraram nas fabricantes chinesas Great Wall e BYD. A primeira decidiu comprar a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, SP, e logo saiu do radar de possíveis investimentos na Bahia. No páreo ficou apenas a BYD, que em 2018 fechou um contrato com o Estado, de R$ 1,5 bilhão, para a construção e operação do VLT Skyrail Bahia, o novo sistema de transporte sobre monotrilho que ligará a região do Comércio, em Salvador, até a ilha de São João, no município de Simões Filho.
Na Bahia, o nome BYD – também o maior fabricante de carros elétricos da China que recentemente iniciou a venda desses modelos no Brasil – é comentado como a melhor opção para ocupar a área de produção de veículos em Camaçari, especialmente de modelos eletrificados. As especulações apontam que a chinesa poderia ficar com uma parte do complexo industrial.
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