AutoData - Fórum destaca média diária de vendas de caminhões como variável importante
Seminário AutoData
12/12/2017

Fórum destaca média diária de vendas de caminhões como variável importante

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Foto Jornalista  Roberto Hunoff

Roberto Hunoff

A média diária de vendas de caminhões, que dobrou ao longo do ano — saiu de 153 unidades, em janeiro, para 319, em novembro, número que tende a se manter em dezembro –, é uma das principais variáveis para que executivos de vendas das empresas fabricantes passem a ter uma visão ainda mais otimista sobre os resultados de 2018. As projeções, expostas durante painel realizado no Fórum AutoData de Veículos Comerciais, em Caxias do Sul, RS, na terça-feira, 12, são de crescimento de 15% a 20%.

 

O painel reuniu George Carlotto, gerente regional Sul da MAN, Osvaldo Ramos, gerente de vendas e marketing da Ford, Bernardo Brandão, gerente de marketing da Iveco, Marco Domingues, gerente de negócios de caminhões Scania e Alcides Braga, presidente da Anfir. O evento reuniu pouco mais de cem participantes.

 

Braga estimou vendas em torno de 70 mil unidades para 2018, divididas em 29 mil a 30 mil veículos rebocados e 40 mil a 45 mil de carrocerias sobre chassis, em alta de 20% sobre os números de 2017, que devem ser semelhantes aos do ano passado. O segmento de pesados, que já opera com números positivos, deve crescer em torno de 5% já este ano, enquanto a linha leve, ainda muito dependente da recuperação da economia urbana, fechará com queda de 11%.

 

O presidente da Anfir acredita em algumas medidas, necessárias para sustentar a retomada das vendas, como a maior presença do Finame no financiamento do setor, a existência de programa de renovação da frota por meio da inspeção veicular e o incentivo ao uso da suspensão automática. Também cobrou maior engajamento do setor na aprovação de medidas em discussão no Congresso Nacional, como a reforma da previdência: “Não podemos mais trabalhar num ambiente tão hostil”.

 

Carloto, da MAN, que também manifestou apoio à aprovação das reformas política e tributária, considerou preocupante a atual ociosidade de 75% na capacidade instalada do setor, estimada em 400 mil unidades. Ainda registrou a defasagem de 20% a 30% nos preços atuais dos produtos com os aumentos de custos dos últimos anos: “Desde 2012, quando se incorporou a tecnologia Euro 5, não se consegue mais atualizar os preços em linha com os aumentos dos custos em geral”.

 

Ele estima alta de dois dígitos nas vendas internas em 2018 sobre os números deste ano.

 

Osvaldo Ramos, da Ford, acredita em crescimento de 18%, tomando por base projeção do sistema financeiro de alta de 6% nos investimentos no ano que vem. Para ele as vendas internas devem ficar em 60 mil unidades, sustentadas principalmente por modelos pesados em função do agronegócio. Os segmentos de leves e médios dependerão da retomada mais efetiva da economia urbana:

 

“A redução nas taxas de juros estão ajudando muito na volta da confiança do empresário em investir. Com juros menores é possível que o setor seja menos dependente dos financiamentos do BNDES. Acredito que os clientes passarão a usar mais o CDC, operação mais enxuta e menos burocrática”.

 

Brandão, da Iveco, citou que os indicadores mostram a volta da confiança dos clientes, como o aumento no fluxo de veículos pelas estradas concedidas, favorecido pela baixa da inflação e dos juros. Projetou dificuldades para a retomada da construção civil, mas destacou os números positivos na agricultura, indústria e no varejo. A estimativa da Iveco é de crescimento de 5% a 10%, mas já há movimento para revisar para 15% a 20%. Projeta média diária de vendas de trezentas unidades no ano que vem.

 

O executivo também destacou a defasagem dos custos de produção com o repasse de preços. Segundo ele no período de 2011 a 2016 houve aumento nos custos de 10% por conta da adoção do Euro 5, de 40% pela inflação e de 74% pela flutuação cambial. Já os reajustes se limitaram a 18% nos modelos leves, 2% nos semipesados e 6% nos pesados: “Há um represamento muito forte nos preços”.

 

Domingues, da Scania, indicou vendas de 38 mil unidades nos modelos acima de 16 toneladas, segmentos em que a montadora atua. O número representa alta de 10% a 15% sobre o estimado para este ano. Informou que tem crescido a procura por cotações de preços por frotistas, enquanto o varejo permanece ainda estagnado.

 

Foto: Ícaro de Campos.