São Paulo – Dos R$ 16 bilhões em investimentos da Volkswagen no Brasil serão gerados dezesseis novos produtos até 2028, afirmou o CEO Ciro Possobom durante o Seminário Megatendências 2024, organizado por AutoData de 19 a 20 de março, em São Paulo. Ele relatou os ambiciosos planos da empresa para o mercado brasileiro.
Com 83% de índice de nacionalização em seus produtos, a montadora possui 2 mil fornecedores locais para compras diretas e indiretas. A marca foi a que mais cresceu em participação de mercado em 2023, 2,1 pontos sobre 2022, alcançando 15,8% de market share com a venda de 345 mil veículos, a segunda maior do País, atrás apenas da Fiat.
Todas as plantas receberão novidades: dois carros na Anchieta em São Bernardo do Campo, SP, um carro em Taubaté, SP, uma picape em São José dos Pinhais, PR, um motor em São Carlos, SP, e uma nova plataforma, a MQB Hybrid – que vai servir para toda a gama que a Volkswagen vai dispor de híbrido-leve, híbrido convencional e híbrido plug-in aliados à tecnologia flex, da qual a marca foi pioneira no País.
Possobom negou, contudo, o interesse da companhia em produzir carros 100% a etanol. “O carro flex é um benefício para o cliente que eu pessoalmente não gostaria de tirar”. Para ele, faz mais sentido entregar ao consumidor um carro com o qual ele tenha a opção de abastecer com o combustível que preferir.
Desafios e oportunidades
Dentre os principais desafios citados pelo executivo neste ano estão as dificuldades com a exportação para a Argentina, a chegada de novos players e o baixo crescimento da região.
A cesta de oportunidades, contudo, é maior: desde a possibilidade de novos acordos comerciais, a desaceleração da inflação e a estabilidade econômica, transição verde, descarbonização e os programas Mover e Nova Indústria Brasil como fatores favoráveis ao crescimento.
Quando questionado sobre a concorrência chinesa, Possobom foi direto. “Se quiser vender carros no Brasil, então venha jogar o jogo aqui dentro. Venha produzir os carros com as dificuldades que temos de logística, de sindicato, porque, realmente, produzir ao invés de só vender é um pouco mais complicado. A resposta da Volkswagen a eles é o investimento de R$ 16 bilhões e dezesseis carros”.
A descarbonização e as estratégias de sustentabilidade vão englobar toda a cadeia. “Os futuros carros vão começar a utilizar cada vez mais produtos recicláveis. Esse é um ponto importante para a Volkswagen porque temos nossos objetivos não só no Brasil como no mundo. Temos a responsabilidade como empresa para fazer isso”.
A transição tecnológica dentro e fora dos carros, transformando-os de hardware em software, estimulou a marca a inaugurar seu primeiro hub de tecnologia, o VolksTech, mais uma nova empresa para o grupo. E Possobom também antecipou que em breve a marca lança seu primeiro aplicativo de conectividade.