São Paulo – Um sonho distante, mas possível: o mercado de caminhões alcançar 200 mil unidades vendidas por ano. Esse foi o tema em debate em painel que reuniu Christopher Podgorski, CEO e presidente da Scania na América Latina, e Márcio Querichelli, presidente da Iveco na América Latina, durante o Seminário Megatendências 2024, organizado por AutoData nos dias 18 e 20 de março.
O presidente da Iveco disse não ser possível alcançar um mercado desse tamanho a curto prazo, mas é um sonho da indústria local ter esse volume de três a cinco anos: “Temos uma frota circulante gigante e muito envelhecida, muitos veículos com mais de 25 anos nas estradas. Poderíamos tirar milhares deles das ruas e renovar a nossa frota, melhorando também o nível de emissões de poluentes”.
Podgorski disse que é bom sonhar, mas para chegar a esse volume seria necessário um alinhamento dos planetas: “Temos potencial, temos capacidade instalada, mas a economia precisa caminhar sem grandes interferências para que esse sonho se torne uma realidade. Nenhum conflito geopolítico pode surgir também, porque isso pode afetar os negócios por aqui”.
Para 2024 a projeção das duas montadoras está alinhada com os números da Anfavea, com alta em torno de 15% nos emplacamentos, enquanto a produção deverá crescer cerca de 35%. O presidente da Scania lembrou das dificuldades no começo do ano passado, pois a Scania não possui estoque de veículos e, por isso, não produziu veículos Euro 5 para vender no começo de 2023:
“De janeiro a maio nós exportamos 65% da nossa produção, quando normalmente exportamos cerca de 45%. Enviamos caminhões para 27 países, alguns que, normalmente, são abastecidos por fábricas instaladas na Europa”.