Milão, Itália – A estratégia da FCA para os próximos cinco anos projeta um avanço relevante para todas as marcas do grupo. Jeep, Alfa Romeo e Maserati serão as marcas que ficarão com grande parte dos investimentos em produtos no mundo para contribuir com a meta de dobrar a lucratividade até 2022. Mas a Fiat também terá um papel importante, sobretudo na América Latina, região que deverá entregar as maiores margens para a FCA, de acordo com o planejamento apresentado semana passada na Itália.
O líder dessa missão na região é Antonio Filosa, presidente da FCA para a América Latina desde março, substituindo Stefan Ketter. Ele participou da elaboração do planejamento global da FCA, estava sentado na primeira fileira durante a apresentação na pista de testes de Balocco, junto com os principais executivos da companhia, e durante um encontro com imprensa em Milão garantiu que em breve anunciará “alguns bilhões de euros” de investimentos na região, especialmente para o Brasil.
“A FCA fará investimentos de 45 bilhões de euros até 2022. Nem tudo ainda está definido, mas posso dizer que a América Latina terá uma fatia importante, de alguns bilhões de euros”.
Esse investimento que muito em breve será revelado preparará a Fiat para o lançamento de uma série de três novos produtos, todos SUVs inéditos, e ainda a reestilização de alguns veículos, como a picape Strada.
“Serão dois SUVs puros e um terceiro que pode ser crossover do segmento de entrada como alternativa de design. Este último ainda estamos estudando. As reestilizações terão pesadas atualizações de powertrain e infotainment. Todos os projetos para a região serão desenvolvidos por engenheiros que estão no Brasil”.
Filosa afirmou que a maioria desses modelos chegam ao mercado em 2020 e o possível crossover, em 2021. O SUV da categoria B, de porte similar ao Jeep Renegade, será lançado primeiro: “Há três dias tive a oportunidade de ver a orientação de design desse produto e estou bastante empolgado. Também já vi a nova Strada e acho que vamos ser grandes competidores nesses segmentos”.
O segundo SUV estará posicionado no segmento premium e terá a terceira fileira de bancos, para acomodar até sete pessoas no total. Ele deverá ter características similares ao do Jeep de sete de lugares que o CEO Sergio Marchionne confirmou que será produzido na fábrica de Goiana, GO. “Cada um desses veículos, apesar de estarem na mesma categoria, respeitará a identidade das suas marcas”, disse Filosa.
Destaque na apresentação da estratégia de produtos da FCA, a Jeep terá um SUV inédito na categoria A/B, menor que o Renegade. Esse veículo, chamado provisoriamente de Júnior Jeep, está nesse momento descartado para a América Latina. Será um produto global que poderá ter sua base produtiva na Europa ou na China.
“Está fora do nosso planejamento, mas nada impede que daqui a dois meses possamos decidir sua produção na América Latina. Caso seja produzido na região, sua plataforma tem mais características para ser abrigada em Betim”.
A FCA também está preparando a volta da RAM no segmento de picapes para a América Latina, sobretudo para o Brasil e Argentina. Mais uma vez há indefinição sobre a produção dessa picape, mas tudo indica que será na fábrica do México. “Já temos uma base produtiva de picapes no México – a RAM produz as picapes grandes lá – e os estudos apontam que seria uma melhor opção”.
Liderança – Considerando o portfólio no Brasil a expectativa é que, com Fiat e Jeep, a FCA seja a líder de vendas este ano: “Monitoramos nossa participação como grupo. Assim, até maio temos 18,8% de participação no mercado. Esta é uma posição interessante para sermos líder em 2018 e 2019. Em 2020 teremos condições de liderar somente com a Fiat, pois como falei anteriormente nosso portfólio de produtos da marca é fantástico”.
Assim como Marchionne disse durante a conferência sobre o planejamento da FCA, não há no horizonte da empresa outra alternativa para o Brasil além da aprovação do Rota 2030. Filosa vai além: “Para a América Latina o Rota 2030 pode indicar um caminho para o investimento de motores de alta eficiência movidos a etanol. Então, acreditamos que o Rota 2030 é verdadeiramente a ferramenta para atender as especificações energéticas roda a roda utilizando o etanol, neutralizando as emissões de CO2 e criando um ambiente para investimentos menores [comparado ao exigido na produção de veículos elétricos] para atender essas especificações”.
A Fiat pretende investir em um motor flex turbo, que será produzido em Betim e inaugurar sua utilização nos produtos que chegam a partir de 2020. Independentemente do que acontecerá com o Rota 2030.
“O governo brasileiro deve aprovar o Rota 2030. Não vejo riscos para nossas operações em Betim ou Goiana. Mesmo numa hipótese, que não cogitamos, sem o Rota 2030.
Foto: Divulgação.
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