AutoData - BMW investirá R$ 125 milhões em Araquari
Salão do Automóvel
06/11/2018

BMW investirá R$ 125 milhões em Araquari

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Foto Jornalista  Marcos Rozen

Marcos Rozen

São Paulo – A BMW aproveitou o primeiro dia do Salão do Automóvel, a terça-feira, 6, para anunciar investimento de R$ 125 milhões em sua fábrica de Araquari, SC. O valor será aplicado para produzir ali as novas gerações do SUV X4, já no mês que vem, e do Série 3, a partir do segundo semestre de 2019. As versões atuais já são produzidas ali, ao lado de X1 e X3.

 

De acordo com Helder Boavida, presidente e CEO do BMW Group Brasil, o investimento total na fábrica catarinense desde sua inauguração, em 2014, atingiu R$ 1 bilhão sem contar esse novo aporte. Além disso a empresa comemora marco produtivo de 50 mil unidades ali neste ano.

 

Boavida afirmou que o investimento já está decidido independente da aprovação do Rota 2030. Ele, porém, reclamou da demora do processo de definição de um novo regime automotivo nacional. “O substituto do Inovar-Auto já deveria estar em vigor desde o ano passado. Se um programa já estivesse em andamento teríamos mais novos projetos além destes para anunciar agora.”

 

De acordo com o executivo a fábrica brasileira participou de concorrência interna da BMW global para receber produção de outros modelos, mas sem uma política automotiva definida no País perdeu a disputa para outra unidade no mundo, a qual ele não quis revelar. “Perdemos tempo e, por isso, perdemos projetos.”

 

Em 2018 Araquari deverá produzir 10 mil unidades, bem abaixo de 2017, quando fez 15 mil ajudada por contrato de exportação para os Estados Unidos. De qualquer modo a unidade responde atualmente por 65% das vendas da BMW aqui, índice que poderá cair um pouco em 2019 pelo período de transição da atual geração do Série 3 para a próxima: na primeira metade do ano que vem o modelo virá ao mercado importado da Alemanha.

 

Outras premium – No salão apenas a BMW deu destaque para sua operação nacional. Audi e Mercedes-Benz deram destaque apenas para modelos importados e a Jaguar Land Rover sequer participa da mostra.

 

Pelos lados da Audi o presidente e CEO Johannes Roscheck fez coro na reclamação pela indefinição sobre o Rota 2030, que tem inclusive mecanismos específicos para as fabricantes do segmento de luxo. “O novo regime automotivo cria base para a produção nacional de veículos premium. Sem ele fica inviável devido ao baixo volume” – a Audi deve encerrar o ano com cerca de seis mil unidades produzidas em São José dos Pinhais, PR, sendo que a capacidade produtiva ali é de 25 mil.

 

Roscheck disse que a Audi “estuda fortemente” nacionalizar mais modelos no Paraná, mas que vai esperar as definições do Rota para tomar qualquer decisão a respeito – o prometido uso dos créditos de IPI que sobraram do Inovar-Auto, um dos itens do Rota 2030, também está no aguardo de aprovação pelo Congresso Nacional.

 

O executivo ainda reclamou das regras do comércio automotivo com a Argentina. “O Mercosul não funciona, é uma ilusão, porque cada mercado tem um conteúdo local mínimo que não conseguimos atingir por nossa característica de produção em volumes reduzidos. A Argentina fica aqui ao lado e mesmo assim os modelos que vendemos lá são importados da Europa. É um absurdo.”

 

Pelos lados da Mercedes-Benz o presidente Philipp Schiemer não participou da coletiva de imprensa do Salão do Automóvel. A empresa apresenta oito lançamentos no Salão do Automóvel, mas todos são modelos importados.