São Paulo – A Indústria 4.0 começa a ganhar terreno em montadoras e seus fornecedores instalados no Brasil, e a movimentação em torno da automação e processos digitais, ainda que incipiente, pode pavimentar caminho para produção nacional de equipamentos ligados ao novo conceito de manufatura. A Translift é um exemplo de empresa que percebeu oportunidades de negócios no setor automotivo para o fornecimento de AGV – sigla em inglês para veículos autoguiados – para o transporte de partes e peças dentro de unidades fabris.
A empresa mantém fábrica em São Bernardo do Campo, SP, onde já foram produzidos, desde 2013, por volta de cinquenta unidades de AGV, a maioria deles para montadoras no Brasil e na Argentina.
Segundo o presidente Jair Alves mais da metade desse volume atendeu a demandas do setor automotivo. O executivo, por questões de confidencialidade com os clientes, evitou citar pormenores a respeito das montadoras atendidas pela empresa, mas disse, na sexta-feira, 2, que ainda há “falta de informação a respeito da movimentação de carga automatizada”.
Por isso a empresa vem realizando test-drives com fabricantes de diversos setores para que possam observar, na prática, como funcionam e como podem ser aplicados em processos de transporte interno nas fábricas. Estão agendadas para os próximos dias demonstrações, segundo o executivo, nas fábricas da HPE, que monta modelos Mitsubishi e Suzuki, e da Caoa Montadora, que monta Hyundai e Caoa Chery em Goiás.
Na fábrica da Translift, no ABCD Paulista, 110 funcionários trabalham na produção e no desenvolvimento dos AGVs e outros produtos de movimentação de carga que compõem a sua oferta. Há conteúdo importado nos veículos autoguiados, como motores e inversores, mas a empresa usina, solda e monta os demais componentes, inclusive a parte eletrônica.
Afora o veículo a empresa também presta serviço de integração de projetos de automação que envolvem a aplicação de AGVs. Quem conduz o serviço é a equipe de engenharia da empresa, composta por cerca de trinta funcionários.
Jair Alves disse que, por ora, está em curso a prospecção de clientes na base da cadeia automotiva, nos tier 3 e 4 e além: “A automação também está ao alcance dessas empresas, que precisam se modernizar para atender aos pedidos e aos padrões de qualidade das grandes companhias”.
Nesse mercado a empresa atua com AGVs de pequeno porte com capacidade de carga de 200 quilos.
Foto: Divulgação.
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