AutoData - Acordo Mercosul-UE: oportunidades e riscos.
Seminário AutoData
05/08/2019

Acordo Mercosul-UE: oportunidades e riscos.

Imagem ilustrativa da notícia: Acordo Mercosul-UE: oportunidades e riscos.
Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São Paulo – Ao mesmo tempo em que o livre-comércio automotivo do Mercosul com os países da União Europeia abre oportunidades de ampliar a exportação de veículos, peças e componentes, traz riscos de aumento na importação destes mesmos produtos e até perda de investimentos. Os três palestrantes do painel Acordo Comercial Mercosul-União Europeia do Workshop AutoData Exportação, realizado na segunda-feira, 5, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, SP, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, Marco Saltini, diretor de relações governamentais e institucionais da Volkswagen Caminhões e Ônibus, e Gustavo Bonini, vice-presidente de assuntos governamentais e institucionais da Scania América Latina, concordaram com a dualidade do acordo, mas enxergam o copo meio cheio.

 

Moraes fez questão de destacar que o País “fez um acordo com 25% do PIB industrial global”. Segundo ele o impacto será muito forte em todo o Brasil e afetará direta e indiretamente o setor automotivo: “O crescimento do agronegócio poderá nos ajudar também”.

 

Segundo o presidente da Anfavea as ameaças fazem parte do jogo: “Nós sempre reclamamos da dependência da Argentina para as exportações, agora temos um campo maior. Como costumo dizer, prefiro disputar a Champions League do que um torneio regional — e agora trouxeram a Champions League para nós”.

 

O tempo de transição, embora curto, é considerado suficiente para que as medidas de competitividade sejam exequíveis, de acordo com Bonini, da Scania. O executivo reclamou dos créditos tributários represados – a questão do ICMS retido pelos governos estaduais –, da ineficiência logística e de outros temas que precisam ser solucionados: “Já estamos atrasados, mas é possível correr atrás”.

 

As questões regulatórias também não preocupam. Os executivos lembraram que um acordo de livre-comércio em sua essência já faz com que o mercado se autorregule.

 

Saltini, da VWCO, destacou também a oportunidade ao setor fornecedor, que poderá exportar e ganhar em volume e em escala: “O que hoje importamos por ser mais competitivo pode, amanhã, ser comprado de produtores nacionais por causa da escala, que deixa o componente mais competitivo”.

 

Foto: Christian Castanho.