São Paulo – A indústria automotiva brasileira tem potencial para exportar nos próximos cinco anos 4,6 milhões a mais de veículos apenas para países das Américas do Sul, Central, México e África, mercados em que já há presença de modelos produzidos por aqui. A projeção foi divulgada por Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors Mercosul, em sua palestra no Workshop AutoData Exportação, no Milenium Centro de Convenções em São Paulo, SP, na segunda-feira, 5.
O volume estimado pelo executivo é equivalente a duas vezes a produção total de veículos brasileira no ano passado. Segundo ele as reformas da Previdência, tributária, as novas alíquotas do Reintegra são necessárias para que essa meta seja alcançada, com o aumento da competitividade do produto brasileiro no Exterior.
“Temos fábricas já instaladas com capacidade produtiva ociosa no País. Ou seja: não precisamos investir, basta aumentar a mão de obra das unidades e os turnos de produção. Qualidade nossos produtos têm, assim como fornecedores capacitados para atender ao aumento da demanda. O que falta é atacar, e a hora é agora, porque o mercado será aberto nos próximos quinze anos e, se não começarmos a trabalhar nessa questão já, daqui a alguns anos será tarde demais”.
O vice-presidente da General Motors ainda deu pormenores por país: para o Equador o Brasil poderá exportar, em cinco anos, cerca de 270 mil veículos. Para o Peru as exportações podem chegar a 377 mil unidades, e, para o Paraguai, mais 30 mil. Para o mercado colombiano o setor poderá vender 609 mil unidades nos próximos cinco anos, enquanto que, para o Chile, a projeção é de exportar 810 mil. Para a África a expectativa é a de embarcar 585 mil carros no período, e para México e América Central vender 1 milhão 425 mil unidades.
A Argentina fecha a lista de países com 570 mil unidades a serem exportadas nos próximos cinco anos.
Segundo Munhoz esses mercados, hoje, são abastecidos por veículos produzidos em regiões distantes – algo que pode favorecer o Brasil na questão logística. Mas, para isso, a competividade deverá melhorar: segundo ele, 15% do valor dos carros exportados daqui é formado por impostos. Em mercados evoluídos e com formação exportadora, como a Coreia do Sul, esse índice não passa de 2% – no México, por exemplo, fica em 0,3%.
Munhoz ainda afirmou que a prioridade número um da indústria automotiva é aumentar o volume de exportações. Não é razoável, segundo o executivo, depender apenas de um mercado. “Quando este mercado está em crise, como acontece hoje com a Argentina, afeta diretamente o nosso mercado e derruba as exportações, assim como a produção”.
Foto: Christian Castanho.
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