São Paulo – Mais uma vez a falta de recursos para financiamentos do Plano Safra assombra o setor de máquinas agrícolas. Assim como no ano passado, os empresários do setor acreditam que o valor divulgado pelo governo será insuficiente para o 2019/2020, que encerra em 30 de junho. Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Anfavea que responde pelo segmento, acredita que serão necessários mais, pelo menos, R$ 3 bilhões até o fim do programa.
Segundo o executivo o setor já conseguiu negociar com o Mapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em torno de R$ 1 bilhão, remanejado de programas dedicados a outros setores. Mas o valor precisaria ser maior para seguir até junho – e outras conversas deverão ser agendadas.
“Voltaremos a falar com o governo nesse começo de ano para ver o que pode ser feito e se é possível um novo aporte financeiro”.
A falta de recursos durante todo o Plano Safra é um problema recorrente que o setor enfrenta. Essa foi de acordo com Miguel Neto a maior dificuldade no ano passado, quando as vendas caíram 8,4%, com pouco mais de 43,5 mil máquinas comercializadas: “No começo do ano passado o setor sofreu com as linhas esgotadas e, no novo Plano Safra, as vendas receberam o impacto da falta de recursos desde novembro“.
Por causa da falta de recursos e da indecisão sobre a vinda de novos aportes financeiros para o Plano Safra, assim como as dúvidas sobre quais serão esses valores, os agricultores não conseguem planejar suas compras e investimentos. Para o vice-presidente da Anfavea o que o setor precisa é de um programa com valores para todo o período, acabando com esse antigo problema, que afeta diretamente os médios e pequenos produtores, que precisam de previsibilidade para programar suas compras e investimentos. Os grandes produtores sofrem menos porque conseguem taxas de financiamento iguais ou melhores com os bancos privados.
Uma possível solução para esse problema seria a mudança no prazo de duração do Plano Safra, que atualmente é de um ano: “O ideal seria que o planejamento do governo para o programa fosse plurianual, porque a clareza sobre o crédito disponível para os produtores se faz cada vez mais necessária”.
Mesmo com todas as dificuldades registradas no ano passado e no começo de 2020 a Anfavea projeta alta de 2,9% nas vendas do setor esse ano, será puxada pela maior demanda de máquinas rodoviárias que serão usadas em obras de infraestrutura.
Fotos: Divulgação.
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