São Paulo – Elevar a produção de alimentos em 20% em dez anos, usando como base 2017, é a demanda que o mundo tem para conseguir alimentar toda a sua população, de acordo com estudos globais apresentados por Roberto Rodrigues, professor emérito da FGV, Fundação Getúlio Vargas, durante o Seminário Megatendências 2023 – O Novo Brasil, organizado pela AutoData Editora. Diante desse cenário o professor acredita que o Brasil tem grande potencial para se tornar ainda mais protagonista na exportação de alimentos:
“Essa demanda global futura será atendida por um cinturão tropical formado pela América Latina, África e Ásia, e o Brasil é o grande protagonista. Para atender às demandas futuras regiões como Canadá, Estados Unidos e União Europeia, elevarão sua produção de alimentos de 10% a 15%, enquanto o Brasil deverá avançar 41% até 2027”.
O agronegócio é visto com grande potencial pelo mundo, pela alta capacidade produtiva e pelo território que ainda pode ser ocupado para plantio. A tecnologia nacional e o conhecimento dos agricultores nacionais também é bem visto. Dessa forma no futuro o Brasil poderá exportar muito mais do que alimentos e grãos, mas também o seu conhecimento e tecnologia na área.
Para exemplificar o avanço do agronegócio nacional, Rodrigues mostrou que a área plantada cresceu 103% em trinta anos, enquanto a produção avançou 435% nesse período, crescimento que só foi possível pelas tecnologias desenvolvidas localmente.
Com esse avanço o Brasil saiu de US$ 20,6 bilhões exportados nos anos 2000 para US$ 159,1 bilhões em 2022. No ano passado o principal destino da produção do agronegócio brasileiro foi a China, representando 31,9%, seguida pela Ásia [excluindo China e Oriente Médio] com 17,7%. A União Europeia aparece como terceiro principal destino, com 16,1% de participação nos valores exportados.
O professor também ressaltou que o País poderá ser referência no processo de descarbonização global a partir da geração de suas matrizes energéticas, todas renováveis, caso das hidrelétricas, eólica, solar e a energia gerada com biomassa. Atualmente a matriz energética renovável no País é de 44,7% — a média global é de 15%.