São Paulo – Fora do escopo do Rota 2030, os segmentos de reposição e de varejo de autopeças criaram o seu próprio programa setorial, o Rota 45. A ideia é capacitar e certificar oficinas e lojas de componentes instaladas no Estado de São Paulo como forma de melhorar o nível de qualidade de uma base formada por cerca de 200 mil empresas, a maioria de pequeno e médio porte.
O programa foi criado pelo IQA, o Instituto de Qualidade Automotiva, pelos sindicatos Sincopeças e Sindirepa, e pelo Sebrae, que figura como braço financeiro da parceria. Segundo Luiz Sergio Alvarenga, conselheiro do IQA, no momento o grupo tem como meta atrair as empresas dos dois ramos, algo considerado um desafio:
“Nosso trabalho, no momento, é nos aproximar destas empresas que estão pulverizadas. Depois, avaliar dentro da operação delas o que precisa ser melhorado para que elevem o nível da qualidade dos serviços que prestam. Hoje há novas demandas, algo além do carro na oficina esperando o cliente levá-lo para casa”.
Dentre as novas demandas que, segundo Alvarenga, transformarão o pós-venda, está a chegada de veículos com novos tipos de propulsão, como é o caso do automóveis híbridos, e também a chegada de um novo perfil de consumidor, o motorista de aplicativos de transporte: “Esse cliente faz cotação e exige um reparo mais rápido porque o veículo é ferramenta de trabalho”.
Para o conselheiro do IQA as demandas da reposição do varejo ficaram de fora do Rota 2030 porque o governo quer passar uma mensagem de que está preocupado com o setor primário da cadeia, e que os demais se autorregulem.
Na sua visão não há problema nisso. No entanto não fomentar o desenvolvimento de segmentos que compõem a base da cadeia automotiva abre espaço, “dentre outras mazelas, para que o produto interno seja menos competitivo do que o importado”, geralmente asiático, o que prejudicaria o setor.
“A importância da política de estímulo está no fato de que fortalece a indústria como um todo. Uma vez que a base esteja enfraquecida, o topo também pode sofrer reflexos negativos, porque são veículos de marcas importantes dentro de oficinas. Quanto mais profissional for o serviço, mais todos ganham.”
Foto: Divulgação.
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