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13/02/2020

New Holland chega aos 70 ainda em construção

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Foto Jornalista Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Contagem, MG – Completando 70 anos de operações no Brasil em 2020, a New Holland Construction busca traçar um planejamento de longo prazo para seguir a sua história em um segmento industrial que tenta recuperar volumes, em um mercado que ainda oferece desafios aos fabricantes de máquinas e equipamentos que mantêm produção local.

 

“Temos, agora, que olhar para os próximos cem anos da companhia, porque nosso compromisso é deixar um legado”, disse Vilmar Fistarol, presidente da controladora da companhia, a CNH Industrial, em evento realizado em Contagem, MG. O caminho rumo ao futuro passa pela modernização de sua produção e busca de novos mercados como forma de proteção às crises econômicas locais.

 

No entanto, existem certas condições para que isso aconteça: dimensionar ciclos de investimentos que possam tornar a fábrica mineira mais competitiva e, por consequência, produtiva, é algo que, no caso da empresa, envolve sobremaneira estímulos vindos do mercado. “Nossos ciclos são contínuos, mas não podemos negar que os investimentos são realizados quando há demanda”, disse Paula Araújo, vice-presidente para América do Sul. “É um ponto de vista de todo o setor.”

 

Ao olharmos para o aporte mais recente vemos que a companhia executa aquilo que discursa. Ainda sob forte incerteza a respeito do apetite do setor de construção nacional, a New Holland Construction em seu último ciclo 2017-2020 realizou investimento pontual para localizar a produção da linha EVO de escavadeiras. R$ 37 milhões foram aplicados em nova linha construída sob o teto de um novo prédio anexo à velha fábrica de Contagem.

 

“Entendemos que era um produto com aderência às demandas que estão surgindo, o que serviu de argumento para a realização do investimento”, contou a executiva. “Já existem estudos para ampliação da fábrica. Espaço físico há, mas precisamos avançar aos poucos porque o mercado ainda é muito volátil. O risco da expansão ainda é considerado alto”, completou.

 

O perfil conservador adotado revela mais do que um ambiente de cautela no setor de máquinas e equipamentos. Mostra também que o mercado em recuperação produz certo retardo na adoção de novas tecnologias de manufatura nas empresas que compõem o segmento. “Trazer um novo produto nem sempre resulta em mais automatização, ainda que seja feita de forma mais lenta”.

 

A New Holland Construction busca novos mercados para exportar os veículos produzidos em Minas Gerais e mantém interlocução com diversos setores da economia no sentido de entender o mercado e, assim, prospectar novos negócios que possam acelerar os investimentos aqui.

 

“Hoje, por outro lado, estamos mais propensos a encontrar formas de ocupar a fábrica do que pensar em aumento da capacidade produtiva. No entanto, há um outro ponto da discussão. Ganhar mais mercado envolve produtos mais modernos, que demandam linhas mais modernas. Convivemos com estes dois mundos, estas duas necessidades”.

 

Nos mercados na América Latina que são atendidos pela operação de Contagem os veículos New Holland enfrentam forte concorrência daqueles produzidos em países que representam indústria mais desenvolvida, como é o caso da China, segundo a executiva. Os maiores mercados da empresa na região são Chile, Colômbia e Argentina.

 

Neste ano a empresa deverá incluir em sua oferta veículos com recursos tecnológicos inovadores com aplicação de biometria, conexão à rede e, também, powertrain movido a combustível alternativo, como o etanol. Por ser uma empresa listada em bolsa, em Nova York, nos Estados Unidos, e em Milão, na Itália, os pormenores a respeito das novidades estão ocultos por detrás do biombo corporativo.

 

Foto: Divulgação.