São Paulo – Há pontos positivos e negativos na avaliação que o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, faz a respeito do futuro de curto prazo do mercado brasileiro de veículos. Comecemos pelos negativos: ele não acredita em recuperação em V, a exemplo do que a indústria vem registrando na China e nos Estados Unidos – ao menos antes de os casos da covid-19 voltarem a explodir por lá. Por isso as ferramentas de flexibilização da mão de obra deverão perdurar.
“Todas as medidas para flexibilização que o governo oferece e aquelas que discutimos com os sindicatos do metalúrgicos serão necessárias”, disse o executivo em apresentação virtual do Volkswagen Nivus. “Precisaremos delas nos próximos meses e até no ano que vem.”
Vamos aos positivos? A queda nas vendas do mês até a quarta-feira, 24, comparada com o mesmo período de junho de 2019, chegou a 37%. Ainda é relevante, mas representa metade do tombo registrado em maio ante maio de 2019, 75%: “No acumulado do ano [até a quarta-feira, 24] a queda soma 38%” – mesmo índice registrado no acumulado de maio de 2020 ante o mesmo período de 2019.
Apesar de ser uma queda bruta, e inesperada, ao menos dá sinais de estar controlada. A projeção de vendas para a Anfavea, no ano, indica recuo de 40% com relação ao ano passado.
Di Si destacou que a Volkswagen cai em ritmo inferior à média do mercado – 31% na comparação mensal e 34% na anual: “Estamos ganhando participação e seguimos com o objetivo de seguir crescendo, de forma rentável. Por isso as medidas de flexibilização serão importantes”.
A produção da Volkswagen do Brasil foi retomada há cerca de um mês. Segundo o presidente a fábrica de São José dos Pinhais, PR, de onde saem T-Cross e Fox, opera em dois turnos, e as paulistas de São Bernardo do Campo e Taubaté em um turno. A produção de motores em São Carlos, SP, tem algumas linhas operando em um e outras em dois turnos.
“Estamos atendendo à demanda atual. Caso o mercado retorne estaremos prontos.”
O presidente da Volkswagen revelou, também, que o lançamento do Nivus foi antecipado em cerca de oito semanas, mesmo com a pandemia. O desenvolvimento por meio de ferramentas digitais e o próprio lançamento – que mesmo antes da covid-19 estava planejado para ocorrer de forma online – ajudaram a achatar o prazo de chegada do carro ao mercado de agosto para junho.
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