São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus segue a projeção de suas competidoras, e da Anfavea, para o mercado brasileiro e aposta em vendas 39% menores em 2020, na comparação com o volume realizado no ano passado. Caso se confirme a expectativa, apresentada na sexta-feira, 3, durante o Seminário AutoData Megatendências do Setor Automotivo – a Revisão das Perspectivas 2020, os licenciamentos de caminhões em ônibus até dezembro somarão 75 mil unidades.
O presidente Roberto Cortes disse, durante transmissão online, que a projeção se baseia na diminuição dos negócios em algumas áreas pontuais, como infraestrutura. Nas demais áreas o volume será menor em função das limitações de acesso ao crédito de seus clientes, que deverão postergar programas de renovação de suas frotas.
Com a menor atividade comercial a capacidade produtiva deverá ter mais ociosidade, seguiu Cortes. A projeção para 2020 indica aumento da ociosidade de 65%, registrada em dezembro do ano passado, para cerca de 80% no fim deste ano, saindo das linhas instaladas no País de 85 mil a 90 mil unidades. A capacidade atual instalada é de 400 mil unidades/ano, segundo os dados que ele apresentou.
No caso da VWCO a empresa não conta, por ora, com reajuste do seu quadro de funcionários: “Já trabalhamos muito enxutos, resultado de ajustes de crises passadas. Ainda é cedo para falar sobre isso, até pelo fato de não termos uma visão clara de quanto demorará a crise”.
Hoje trabalham na fábrica de Resende, RJ, 40% do quadro total de trabalhadores. A fábrica VWCO funciona no sistema de consórcio modular, no qual fornecedores mantém instalações ao lado da linha de montagem, mantendo a produção fluída.
A respeito daquilo que poderia ser feito no País para ajudar o setor a retomar o volume e, principalmente, a rentabilidade, Cortes listou medidas que envolvem o respaldo do governo federal. Dentre elas estão adoção de programa de renovação de frota, postergação de normas regulatórias, redução dos impostos, acesso ao crédito, compras adicionais ao Caminho da Escola e inserção do programa às áreas urbanas, e extensão do Finame aos mercados de caminhões e ônibus usados.
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