São Paulo – A Renault anunciou na terça-feira, 21, o fechamento do terceiro turno em sua fábrica de São José dos Pinhais, PR, e a demissão de 747 funcionários. Montadora e Sindicato dos Metalúrgicos local discutiam possibilidades para a unidade nos últimos dias, mas não chegaram a acordo a respeito de formas de flexibilização, como aplicação do PDV, nem sobre valores do salário-base para o ano que vem e da participação de lucros e resultados, o PLR.
De acordo com a empresa o terceiro turno já não opera na terça-feira, 21. Na quarta-feira, 22, as atividades na fábrica serão interrompidas para que haja adequação ao novo cenário com dois turnos – as demissões não ocorreram apenas no terceiro turno, de forma que serão ajustados os horários dos trabalhadores que permanecem na empresa. A produção deverá retornar na quinta-feira, 23.
A fábrica instalada no Paraná tinha quadro de 7,2 mil trabalhadores alocados na produção dos modelos Sandero, Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captur. Há também unidades que produzem, ali, motores e componentes. A empresa confirmou que as demissões anunciadas na terça-feira integram planejamento global de redução de 15 mil postos de trabalho como forma de reduzir custos em tempos de pandemia.
"Após realizar todos os esforços possíveis para as adequações necessárias, e não havendo aprovação das medidas propostas, não restou alternativa para a Renault do Brasil: anunciar o fechamento do terceiro turno de produção e o desligamento de 747 colaboradores da fabricação do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais."
Apesar do retorno das atividades estar programado para a quinta-feira existe a possibilidade de greve.
A empresa oferece aos funcionários desligados, afora as verbas rescisórias legais, a extensão do vale-mercado integral até outubro, do plano de saúde, mantendo a cobertura atual para o titular e dependentes, até dezembro e a inclusão do contingente em programa de orientação para sua recolocação no mercado de trabalho.
A Renault é a segunda montadora a promover demissões, no País, a partir do cenário de crise instaurado pela pandemia, um movimento que, inclusive, era projetado por especialistas para acontecer a partir do segundo semestre. Em junho a Nissan, que integra aliança com a Renault e a Mitsubishi, anunciou a demissão de 398 funcionários em Resende, RJ, onde são produzidos os modelos Kicks, March e Versa.
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