São Paulo – Os setores de mineração e de infraestrutura deverão receber mais de R$ 300 bilhões em investimentos até 2024, o que ampliará a demanda por máquinas, equipamentos e caminhões em suas operações. Os dados foram divulgados pelo Ibram, Instituto Brasileiro de Mineração, e pela Sobratema, Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, durante a apresentação de um caminhão Scania dedicado exclusivamente ao setor de mineração na quinta-feira, 10.
Flávio Penido, diretor presidente do Ibram, apresentou as perspectivas do setor de 2020 a 2024, com investimento programado de US$ 32,5 bilhões: "Acreditamos que com esse valor será possível ajudar na recuperação da economia após a pandemia, mas é necessário lembrar que esta foi uma área que não parou e segue forte".
Para os próximos anos o executivo também espera o avanço relevante de pesquisa mineral, que não recebeu investimentos nos últimos trinta anos. Segundo ele o solo brasileiro é pouco conhecido: "Mas existem projetos do atual governo para avançar nessa questão".
Afonso Mamede, presidente da Sobratema, estimou volume de 30 mil máquinas vendidas até dezembro, alta de 13,4% ante 2019, mantendo a curva de crescimento que começou em 2018 e mostrando que o setor seguiu trabalhando mesmo com a pandemia.
Para os próximos anos o executivo acredita que as vendas de máquinas continuarão crescendo, usando como base os grandes investimentos que estão programados para a infraestrutura nacional, como concessões para construção de novas rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e obras de saneamento básico. A soma dos valores apresentados por Mamede ultrapassa R$ 200 bilhões até 2022:
"É necessário lembrar que precisamos superar alguns entraves nesse período, como a crise política, possíveis impeachments e a reforma tributária que ainda não saiu. A eleição de 2022 também é um ponto de atenção, porque tudo pode mudar".
O presidente do Ibram também aproveitou o evento para pedir desculpas, em nome do setor de mineração, pelos acidentes que aconteceram em Brumadinho e Mariana, MG, e disse que o setor está trabalhando para promover ações que aumentem a segurança das operações.
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