São Paulo – O desfecho das negociações da Volkswagen com os seus trabalhadores para adequar a produção das quatro fábricas brasileiras ao atual tamanho do mercado, que indica um excedente de 35% no quadro, está nos passos finais. Os sindicatos de metalúrgicos que representam os trabalhadores das fábricas da VW marcaram assembleia para esta semana para votar a proposta definida nas reuniões com os representantes da companhia que garante, dentre outras coisas, estabilidade de cinco anos para aqueles que não aderirem ao PDV, Programa de Demissões Voluntárias.
As informações foram todas divulgadas pelos sindicatos. Procurada a Volkswagen optou por não se pronunciar sobre o assunto.
Os valores e mecanismos do PDV variam de uma fábrica a outra e chegam a até 35 salários para trabalhadores com mais tempo de casa. Não há, também, limite para adesões: PDVs podem ser prorrogados, com condições menos atrativas, para que uma determinada meta, não divulgada, seja alcançada.
Segundo os sindicatos não haverá demissões: o excedente será mantido em lay off e há possibilidade, também, de redução de jornada se necessário.
O tom das notas e informativos distribuídos pelos sindicatos é de desfecho positivo, com destaque para a manutenção dos empregos por cinco anos. O de Curitiba, PR, que representa a unidade de São José dos Pinhais, destacou a união dos quatro sindicatos e a luta para uma negociação em que ninguém ficasse para trás:
“Imagine fechar o acordo com duas plantas, que são suficientes para produzir os veículos para os próximos cinco anos. Os trabalhadores da última planta a negociar ficariam numa situação fragilizada. Se juntos já foi complicado, imagine levar essa negociação de maneira isolada.”
“Saímos de uma situação de risco de demissão em massa para um cenário de garantia de emprego até 2025”, afirmou, na nota, Claudio Batista da Silva Junior, presidente do sindicato de Taubaté, SP. Ele informou que os investimentos previstos para aquela unidade serão descongelados, mas não estipulou prazo. A plataforma MQB será instalada lá, segundo o sindicato, para produzir o Polo, compartilhado com a unidade de São Bernardo do Campo, SP, e o novo Polo, somente na unidade do Vale do Paraíba, e mais um modelo ainda não definido.
Outro produto está garantido também para São José dos Pinhais, de acordo com o sindicato: seria anunciado ao fim de março mas, com a pandemia, os planos foram postergados.
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