São Paulo – Assim como já fizeram diversas montadoras em outras oportunidades a Volkswagen decidiu mostrar o novo Taos, SUV que será produzido na Argentina, a conta-gotas. Em apresentação ao vivo pela internet na manhã da terça-feira, 29, realizada em espanhol a partir do país vizinho para toda a América Latina, com tradução simultânea em português, a fabricante começou a revelar pormenores do modelo, que ainda apareceu com leve camuflagem. A apresentação oficial mesmo será no dia 13 de outubro, no que a fabricante chama de World Premiere.
Algumas informações preliminares foram reveladas. A principal é que a produção em série do Taos na fábrica de General Pacheco terá início somente no segundo trimestre de 2021, data, portanto, também de seu lançamento efetivo, com início de vendas. Há pela frente, assim, pelo menos mais seis meses, ou meio ano, até que isso aconteça.
E 70% da produção, de volume não revelado, terão como destino a exportação, deixando 30% para o mercado local argentino.
Quanto ao Taos em si a VW revelou que terá como base a plataforma MQB com opção única de motor e câmbio, no caso o EA211 TSI 1.4 L de 150 cv com câmbio automático de seis marchas. Trará o sistema multimídia VW Play e sistemas de segurança e auxílio à condução como frenagem automática de emergência e sensor de pressão dos pneus. Novidade é um sensor traseiro que monitora a presença de um outro veículo transversalmente à lateral e que pode, também, atuar em frenagem preventiva — algo útil, por exemplo, na saída de estacionamentos com vagas transversais, nas quais existe a dificuldade de visão ao sair com o carro em ré.
Do ponto de vista mercadológico o Taos será posicionado no espaço que vai do T-Cross ao Tiguan AllSpace, ou seja, será o terceiro na escada de quatro SUVs Volkswagen na região, pela ordem, do menor para o maior, Nivus, T-Cross, Taos e Tiguan Allspace. Não por acaso todos têm como base a MQB. Estimativa de vendas, é claro, nem pensar em falar a respeito: a VW disse apenas que espera ver o Taos tornar-se o SUV médio mais vendido da região.
Antes do início da produção do Taos, mas depois de sua apresentação mundial em outubro, que será realizada também via internet, bem próximo do fim do ano, a VW pretende inaugurar a nova linha de pintura em General Pacheco. A planta, por enquanto, só faz Amarok. Antes fazia também o Suran, nosso SpaceFox.
A unidade foi modernizada para receber a MQB: além da pintura também a área de armação da carroceria é inteiramente nova. A linha de montagem foi reformulada e modernizada, elevando o nível de automação. Ao todo o investimento foi de US$ 650 milhões para o que a VW hoje chamou de Projeto Taos, rebatizando assim o que sempre foi chamado Projeto Tarek. Ficou claro, de qualquer forma, durante a apresentação, que a chegada da MQB a General Pacheco dará vida a pelo menos mais um produto além do Taos.
Ao mesmo tempo em que a América Latina acompanhava a live a partir da Argentina, a VW dos Estados Unidos também disparou comunicado sobre o Taos, deixando claro que o modelo será vendido lá também, porém importado do México. O nome Taos, aliás, é homenagem a uma cidade mexicana que originalmente era uma vila de índios.
Por lá, porém, será utilizada nova versão do EA211, um 1.5L TSI de 158 cv, mais econômico, e câmbio automático de oito marchas. Haverá oferta ainda de uma versão com tração nas quatro rodas, neste caso com câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas. A versão para os Estados Unidos terá também pequenas diferenças estéticas ante o modelo argentino.
Pelos cálculos da VW os SUVs já dominaram, em 2019, 36% do mercado global. Em alguns países esse índice chega a quase 50%, como nos Estados Unidos. Na Europa é 35% e na China 40%. Na América do Sul o Chile é o mercado com maior índice, 37%, enquanto no Brasil tem 22% e na Argentina 19%.
No universo exclusivamente Volkswagen a expectativa é que, em 2025, os SUVs respondam por metade das vendas, sendo que o portfólio será composto, em termos globais, por trinta modelos.
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