São Paulo – Ao anunciar seu planejamento de negócios Accelerate, uma atualização do Transform 2025+ apresentado em 2016, o CEO da Volkswagen, Ralf Brandstätter, deixou clara sua expectativa com relação aos negócios da América do Sul: a empresa busca o equilíbrio financeiro ainda neste ano fiscal, com possibilidade de lucro mesmo após a queda de 30% nas vendas.
Globalmente foi traçada uma meta de margem operacional de pelo menos 6% até 2023. Em comunicado o CEO deu pistas de como buscará esse objetivo: cortará seus custos fixos em 5%, elevará a produtividade das fábricas em 5% ao ano e aprimorará os custos com materiais em 7%.
A engenharia financeira é necessária para financiar os € 16 bilhões em investimento em mobilidade elétrica, híbrida e digitalização. Sua meta de ser elétrico 35% de seu volume na Europa até 2030 foi dobrada para 70%, enquanto na China e Estados Unidos será metade das vendas. A Volkswagen deixou claro, também, que não abandonará os veículos com motor a combustão: os investimentos seguem, sempre em busca de mais eficiência.
A Volkswagen quer acelerar também os desenvolvimentos em autônomos: segundo Brandstätter “tornará a condução autônoma amplamente disponível até 2030”.
Mas o mais transformador de todo o planejamento, ainda carente de pormenores, é a visão de modelo de negócio da Volkswagen. Sua ideia de carro no futuro é semelhante a um computador, com o hardware padrão e diferenças de software – e é no software que a companhia vislumbra possibilidades de faturamento adicional durante a vida útil do automóvel-computador.
Este é, segundo o comunicado, um pouco da visão da VW a respeito do carro no futuro: “As futuras gerações de automóveis serão produzidas com um número de versões muito menor. As configurações individuais não serão mais definidas pelo hardware quando o veículo for adquirido. O veículo terá praticamente tudo a bordo e os clientes poderão adicionar as funções desejadas sob demanda a qualquer momento usando o ecossistema digital. Isso reduzirá significativamente a complexidade da produção”.
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