São Paulo — A Unica, União da Indústria de Cana-de-Açúcar, acredita que é hora de o Brasil começar a focar seus esforços de pesquisa e desenvolvimento em células de combustível a etanol. Seu presidente Evandro Gussi apresentou a visão da entidade sobre o futuro da mobilidade global durante o segundo dia do seminário Megatendências, realizado de forma on line pela AutoData Editora na terça-feira, 9, e ressaltou que a indústria já domina o motor flex e o híbrido flex, mas a célula de combustível poderá trazer reduções relevantes nas emissões.
Gussi afirmou que algumas montadoras instaladas no Brasil já focam parte de seus esforços nessa área, caso da Nissan, que possui um projeto em teste movido a célula hidrogênio de bioetanol, o E-NV200. A Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, também tem concentrado estudos nesse tema. Outro ponto defendido por ele, a médio prazo, é a medição das emissões do veículo do poço à roda, tema também proposto por outros executivos da indústria automotiva:
"A medição do tanque à roda não servirá mais e quem seguir com esse discurso poderá ficar mal visto, porque já foi comprovado que não transmite os números com clareza".
No futuro Gussi acredita que haverá espaço para diversos tipos de tecnologias conviverem no País, assim como no mundo, mas a decisão dependerá de cada região e de suas matrizes energéticas, com as escolhas sendo descentralizadas e orientadas pelo mercado.
O foco será igual para todos: reduzir as emissões de CO2 em busca da mobilidade cada vez mais sustentável, uma necessidade global a médio prazo para combater o nível de poluentes emitidos e também ajudar no combate ao aquecimento global, acontecimento que poderá gerar grandes crises no futuro, segundo Gussi.
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