São Paulo – Três trajetórias positivas de internacionalização foram apresentadas em painel do 2º Encontro da Indústria de Autopeças, organizado pelo Sindipeças, na segunda-feira, 5. Fras-le, Rudolph e Tupy expuseram sua história aos participantes que acompanharam por meio de transmissão on-line e passaram o recado de que tamanho não é impeditivo para se lançar ao mercado de outros países.
A Rudolph, de Timbó, SC, mantém 450 colaboradores em suas operações nacionais de usinagem, injeção e montagem de plástico, alumínio e aço. Fornece mais de 80% da sua produção ao setor automotivo, segundo seu presidente, Alex Marson, e tem mais de 12% da sua receita gerada por operação internacional em Spišská Nová Ves, na Eslováquia.
“Estamos há dezoito anos na Eslováquia, um mercado no Centro da Europa com capacidade de atender à Europa ocidental e oriental. A operação tem setenta colaboradores e cresce em ritmo superior ao da organização: média de 18% ao ano, ante 11% do faturamento geral."
Apesar dos resultados positivos Marson destacou que nem tudo foram flores, pois houve oscilações nos negócios no decorrer dos últimos dezoito anos. Mas aconselha a empresas de menor porte a seguir com planos de se internacionalizar: “Existem inúmeros caminhos, mas é preciso ter um propósito e saber que não é apenas replicar o que se faz aqui: tem hora que é preciso reinventar o negócio”.
Sergio Carvalho, presidente da Fras-le, sugeriu a quem busca internacionalizar seus negócios fazê-lo com ousadia e com um plano bem estruturado: “Tem que ter a coragem de ir atrás”.
A Fras-le, de Caxias do Sul, RS, acelerou o processo nos últimos dez anos. Está presente em mais de cem países e mantém operações produtivas na Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China e Índia. Dentre as vantagens elencadas por Carvalho está a diluição do risco cambial: a Fras-le compra muitos componentes em dólar, mas também fatura muito na moeda estadunidense.
O caso da Tupy, de Joinville, SC, é ainda mais notável: 85% da receita vem do Exterior, de acordo com seu CEO, Fernando Rizzo. Ele destacou também a presença da companhia em congressos e mostras cientificas em outros países, o que ajuda no desenvolvimento de soluções de inovação:
“Sempre estamos buscando mais clientes externos. Por vezes a exportação que fizemos não era economicamente viável naquele momento, mas nos ajudou muito no processo de aprendizagem”.
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