São Paulo – Assim como na indústria automotiva as fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias também trabalham em tecnologias que permitam a produção de equipamentos com índices maiores de automação, que garantiriam mais segurança aos trabalhos nos campos e nas obras, e que emitam menos poluentes, para atender às mais exigentes normas ambientais. Dentre as muitas diferenças de um setor para o outro está o protagonismo, no Brasil, das inovações da indústria de máquinas, como apresentou Sérgio Soares, líder de inovação global da CNH Industrial durante o Workshop Máquinas Agrícolas e de Construção, organizado pela AutoData Editora na segunda-feira, 12, em ambiente online.
É de centros de desenvolvimento instalados no Brasil que saem boas partes das soluções tecnológicas que alimentam a indústria mundo afora. Só a CNH Industrial, de Soares, mantém cinco centros no País: em Piracicaba e Sorocaba, SP, e Curitiba, PR, focados em soluções agrícolas, um em Contagem, MG, destinado a rodoviárias, e outro em Sete Lagoas, MG, com foco em caminhões e veículos de defesa, para a Iveco.
Recentemente a New Holland, uma das empresas do Grupo CNH, anunciou o lançamento de um trator movido a metano na Europa. Soares disse que parte do desenvolvimento foi feito na América do Sul: “Será produzido na Inglaterra, mas vem para o Brasil mais adiante. É uma solução interessante para fazendas, que produzem subprodutos que são matéria-prima para o biometano. Calculamos redução de 30% no custo para o produtor e 80% nas emissões”.
A CNH Industrial vê no metano e no biometano um canal de passagem para a eletrificação, que se apresenta um pouco mais complexa no segmento de máquinas: “Não é só trocar o motor e colocar uma bateria”.
É em emissão zero, que envolve diretamente a eletrificação, porém, que a CNH Industrial investe boa parte dos seus US$ 1 bilhão por ano em pesquisa e desenvolvimento. Outro pilar, segundo Soares, é a automação: a ideia é que as lavouras sejam cuidadas por equipamentos autônomos, importante fator para aumento da eficiência no campo.
Hoje a barreira não é mais tecnológica, como nos automóveis: esbarra em temas como legislação, cultura do campo e infraestrutura – essa bem mais evidente no Brasil, que tem, em áreas cultivadas, apenas 20% de cobertura por conectividade.
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