São Paulo – A Gerdau anunciou na quinta-feira, 15, a criação da Gerdau Graphene, empresa dedicada a desenvolver e a vender produtos com grafeno. Será independente da divisão siderúrgica e parte do portfólio Gerdau Next, divisão lançada no ano passado para novos negócios. Nasce com clientes herdados da holding, que há alguns anos já começara a explorar a aplicação do grafeno em aços especiais e expandiu para outros materiais.
“O interesse da Gerdau por grafeno começou a partir dos aços especiais dedicados à indústria automotiva”, disse Alexandre de Toledo Corrêa, nomeado diretor geral da nova divisão. “Estamos há ao menos quatro anos estudando o material e temos, já, parcerias e projetos com alguns fornecedores da indústria automotiva.”
SKF e Baterias Moura são alguns parceiros em projetos que, segundo Corrêa, estão em fase avançada. Mas a criação da Gerdau Graphene tem como objetivo ampliar esses desenvolvimentos e expandir o uso do grafeno em diversos setores: “O potencial de uso do grafeno no Brasil é de 10 mil toneladas/ano. Nas Américas, em valores, chega a US$ 2,7 bilhões”.
Nesta primeira etapa a Gerdau Graphene direcionará seus esforços para construção civil, lubrificantes industriais e automotivos, borracha, termoplásticos, tintas, baterias e sensores para as Américas: além da sede, em São Paulo, terá escritório nos Estados Unidos. Corrêa disse que a indústria automotiva pode se beneficiar em aplicações em borracha, termoplásticos e baterias, além dos lubrificantes.
“O grafeno pode dar mais resistência ao para-choque, por exemplo, com menos uso de plástico e ganhos em peso”, afirmou, acrescentando que já há equipe na área de pesquisa e desenvolvimento com foco no setor automotivo e a intenção é ter, na equipe comercial, ao menos uma pessoa dedicada.
Projetos e parcerias com universidades e institutos de pesquisa também estão na mira da Gerdau Graphene, que mantém uma pessoa dentro do GEIC, sigla em inglês para Centro de Inovação e Engenharia de Grafeno, da Universidade de Manchester, Inglaterra. O local é referência global em pesquisas de grafeno, de acordo com Corrêa, que, no Brasil, tem interesse em integrar projetos dentro do Rota 2030.
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