São Paulo — Com a queda nos volumes no mercado interno muitas empresas recorreram a negócios no Exterior para equilibrar o desempenho de suas operações. No caso das autopeças instaladas aqui as oportunidades relevantes observadas estão nas demandas dos motores.
Para Giuliano Ampudia, diretor de compras, qualidade e desenvolvimento de fornecedores da Bosch, as empresas nacionais precisam aproveitar o desenvolvimento histórico, especialmente o flex, que o País tem para expandir suas exportações:
"Conviveremos por muito tempo, ainda, com os motores a combustão, apesar da expansão global da aplicação de novos tipos de propulsão, como é o caso da elétrica", disse o executivo no primeiro dia do Seminário AutoData Compras Automotivas — Novo Normal, realizado na segunda-feira, 17, via internet. "Há aplicações potenciais em mercados na Ásia, por exemplo".
Fernando de Rizzo, presidente da Tupy, também citou oportunidades no mercado externo ligadas ao powertrain veicular: "Nós nos consolidamos nos últimos anos como polo produtor de motores do tipo Euro 5, que devem perdurar em determinados mercados globais. Isso certamente beneficiará a indústria nacional, desde que seja competitiva".
Do ponto de vista de Ampudia, da Bosch, ainda falta visão nas empresas nacionais no sentido de se equipararem a competidores estrangeiros: "Precisamos parar de olhar para o mercado interno como parâmetro: temos que olhar para os melhores do mundo. Boas ideias custam pouco e podem sem lucrativas".
Raul Germany, presidente da Dana, endossou o ponto de vista citando exemplo de companhia que exporta a maior parte de sua produção de componentes para veículos comerciais para os Estados Unidos: "Poderia ser melhor não fosse o custo Brasil e a falta de agilidade nos processos, porque da portaria para dentro da fábrica as condições de se competir no mercado externo estão em igualdade".
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