São Paulo – A tendência de pressão sobre os custos dos produtores de aço e de plástico, que provocou reajustes nos preços dos produtos, seguirá nos próximos meses. Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, e José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast, relataram durante o Seminário AutoData Compras Automotivas — Novo Normal, na terça-feira, 18, que a demanda global está em alta, sobretudo na China, e com boas perspectivas nos Estados Unidos pós-vacinação da covid-19, e pressionam o custo do minério de ferro e do petróleo, as principais matérias-primas do aço e das resinas plásticas.
“O minério de ferro está cotado a US$ 230. Isso nunca aconteceu”, disse Mello Lopes. “É difícil prever novos reajustes, mas a demanda está em alta.”
Roriz relatou ociosidade na indústria plástica, provocada pela baixa demanda que, na sua visão, é reflexo do alto custo da matéria-prima: “Não é possível repassar aumento de preço de mais de 100%. Não há risco de desabastecimento e a questão, agora, é mais a demanda que deverá cair nos próximos meses porque a renda do brasileiro não cresceu para acompanhar este aumento no preço”.
Mello Lopes garantiu, também, que não há mais desabastecimento por parte da indústria do aço, que em abril alcançou volume elevado de produção. Ele admitiu, porém, que é possível casos pontuais, de um ou outro produto, dentro dos distribuidores.
“Existe também aquilo que chamamos de estoque de emergência: consumidores comprando mais do que precisam para estocar e se proteger de possíveis reajustes, gerando distorções no mercado.”
O presidente do Instituto Aço Brasil está mais otimista do que Roriz e percebe tendência de aumento na demanda interna nos próximos meses. Usou índices internos, como o de confiança do consumidor do aço, medido pela entidade, que está em bom nível.
Roriz, por sua vez, enxerga mais oportunidades para exportadores de plástico, que acompanharão o boom dos países que apresentam maior potencial de crescimento no Exterior.
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