São Paulo — A projeção para a produção de motocicletas deste ano é de 1 milhão 60 mil unidades, volume 10,2% superior ao do ano passado. Mas existe a possibilidade desse número ser revisado, para cima, de acordo com Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, entidade que representa as fabricantes nacionais instaladas no PIM, Polo Industrial de Manaus. A informação foi divulgada durante o terceiro dia do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas, realizado de forma online, na quarta-feira, 14.
"É possível que a produção seja maior caso a vacinação avance rapidamente em Manaus, porque ainda temos muitas limitações em nossas fábricas por causa das ações tomadas para controlar a pandemia. Esse cenário ainda é um pouco turvo e por isso as projeções iniciais foram mantidas".
Para o varejo a expectativa é a de vender 980 mil unidades, alta de 7,1% sobre 2020, volume que poderia ser maior porque existe um descompasso da oferta com a demanda no mercado, com os consumidores aguardando alguns meses para poder retirar uma motocicleta zero quilômetro. A produção não consegue acompanhar a procura por causa das restrições durante a pandemia.
Para o segundo semestre a entidade aposta em alguns pontos positivos como maior oferta de crédito por parte das instituições financeiras, ponto muito importante para a comercialização de motocicletas de grande volume produtivo, prorrogação do auxílio emergencial, evolução da campanha de vacinação, aumento do transporte individual e do e-commerce. Os pontos negativos ficam na conta da alta nos custos das commodities, inflação, juros, aumento do desemprego e inadimplência.
A instabilidade do cenário político, a falta de previsibilidade das reformas tributária e administrativa e a abertura comercial com países asiáticos em descompasso com o custo Brasil são pontos de atenção da entidade.
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