São Paulo – Os veículos comerciais serão os puxadores da industrialização dos eletrificados no mercado brasileiro. Já são três os exemplos: BYD, VW e-Delivery e o chassi elétrico da Mercedes-Benz, prometido para o ano que vem. O avanço da produção de veículos elétricos no País foi um dos temas debatidos no painel do primeiro dia do Brasil Elétrico+ESG, seminário realizado pela AutoData Editora de forma online até a quarta-feira, 15.
Debateram neste painel executivos da Moura e da WEG, que já fornecem componentes locais para o e-Delivery, da Volkswagen Caminhões e Ônibus. De acordo com Fernando Castelão, diretor da divisão de lítio do Grupo Moura, "o veículo elétrico tem como grande benefício a redução no custo por quilômetro rodado. Então quanto mais ele rodar, mais rápido vai se pagar".
Gilson Piovesan, gerente da divisão de e-mobility da WEG, lembrou que esse avanço começou com a eletrificação dos ônibus trólebus, há vinte anos. Agora segmento de caminhões para distribuição urbana ganhou força:
"Estamos vendo uma transição muito rápida no chamado last mile, o quilômetro final, veículos comerciais menores usados para esse tipo de serviço. Outras oportunidades também surgem para carros que fazem a segurança interna de condomínios, onde o fim dos ruídos é interessante, assim como na coleta de lixo".
Ambos entendem que novas oportunidades estão surgindo em várias áreas, com empresas importando veículos comerciais elétricos, com forte atuação das asiáticas, e novas startups entrando no negócio de olho no crescimento da demanda. No caso das montadoras asiáticas Piovesan acredita que será uma questão de tempo para que elas nacionalizem a sua produção de elétricos, caso o volume seja interessante.
O baixo custo de manutenção e a capacidade de rodar por mais de vinte anos do motor elétrico também deverá atrair mais transportadoras, frotistas e operadoras de ônibus, assim que o segmento começar a ganhar corpo no País.
Castelão também lembrou que, por aqui, ainda não existe uma política robusta de incentivos para apoiar o início de toda essa transformação, como acontece em outros países, ponto visto como necessário para que o avanço ocorra de forma mais rápida.
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