São Paulo – Estruturar uma divisão focada em veículos comerciais e centrada no consumidor que usa seu veículo como ferramenta de trabalho foi uma das maneiras encontradas pela Ford de trazer de volta este cliente que, de certa forma, se sentiu abandonado com o fim das operações de caminhões, em 2019. Afinal, em dois anos, a companhia não desaprendeu como lidar com este negócio, embora tenha que fazê-lo, agora com o retorno do utilitário Transit, de forma diferente.
Do ponto de vista dos negócios a justificativa da Ford para abandonar a operação de caminhões é precisa: não há uma operação global, havia uma no Brasil e uma na Turquia. Com a Transit é diferente, pois o utilitário tem alcance global e é um dos líderes em vendas na Europa e nos Estados Unidos. E será produzido aqui na vizinhança, na fábrica da Nordex no Uruguai, com peças locais, diferente do passado, quando era importada da Turquia e foi vítima das oscilações cambiais.
A Ford garante que, desta vez, o cliente pode ficar tranquilo porque não será abandonado. E terá todo o suporte da rede para que a sua van, ou furgão, não fique parado.
“A rede está animada”, disse Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos governamentais, sem revelar o preço e as expectativas de vendas. “É um produto vencedor em mercados dificílimos. Chega aqui para brigar com os líderes.”
Boxes em oficinas das mais de cem concessionárias Ford serão reservados para os clientes Transit para garantir agilidade no atendimento. Serão recebidos por equipe especializada e dedicada, treinada para seus anseios: resolução rápida do problema. E ainda terão o auxílio do Ford Pass, sistema de conectividade que, dentre outras funcionalidades, conversa com o veículo e pode, inclusive, antever necessidades de manutenção.
Mas a Ford se preocupou em evitar essas visitas às concessionárias, inclusive. Dotou as Transit de tecnologias semiautônomas como assistente de permanência em faixa, piloto automático adaptativo, assistente de partida em rampas e frenagem autônoma para que os acidentes sejam raros. Há cinto de três pontos para todos os passageiros, uma exclusividade na categoria, de acordo com a empresa.
Segundo Flávio Costa, gerente de vendas para veículos comerciais, um utilitário parado gera prejuízo em três frentes: “Há o custo do reparo, o do tempo em que ele fica parado e o custo passivo, como possíveis indenizações, processos judiciais. Então nos preocupamos em evitar as colisões com as tecnologias semiautônomas. Mas, se elas ocorrerem, haverá uma rede preparada para colocar o veículo na rua o mais rápido possível”.
As primeiras Transit serão faturadas no fim de outubro, com as entregas começando logo após. Serão quatro versões: 14+1 e 15+1, com rodado simples, e 17+1 e 18+1 com rodado duplo. O furgão, com rodado simples, chega no ano que vem. Todas equipadas com o motor EcoBlue 2.0 turbodiesel de 170 cv, transmissão manual de seis marchas e sistema start-stop, inovação no segmento. Tudo de série, bem como o sistema multimidia de 8 polegadas com loja de aplicativos.
O preço, caro leitor, você terá que perguntar à concessionária mais próxima na época do lançamento, porque a Ford não divulgou. Mas informou que terá plano de financiamento especial, com a primeira parcela vencendo em 2022, sem entrada e com possibilidade de extensão do pagamento por até sessenta meses – e as revisões poderão entrar nessa conta. Durante a garantia de um ano, ao menos, o Ford Pass está disponível gratuitamente.
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