São Paulo — De olho na mudança da legislação ambiental a Umicore, que comemora este mês suas primeiras três décadas de atuação no Brasil, começa a produzir catalisadores que atendem às normas de emissões do Proconve L7, cujo prazo para vigorar começa em janeiro. Os novos modelos terão o dobro da durabilidade dos componentes que atendem ao PL6, em vigor atualmente, e passam de 80 mil para 160 mil quilômetros.
Sem entrar em pormenores Stephan Blumrich, vice-presidente e diretor da Umicore, afirmou que a empresa já está entregando catalisadores para montadoras que fabricarão veículos em conformidade com a norma PL7. Quanto aos aportes realizados para adequação o executivo disse que foram necessários para desenvolver o produto e adquirir novos equipamentos, mas que isso varia de acordo com o fornecedor. Segundo ele, que não abriu valores, “a adaptação à nova legislação não requer grandes investimentos na linha de produção, uma vez que o processo de fabricação não muda muito”.
De acordo com Claudio Furlan, gerente comercial, os novos catalisadores têm mais metais preciosos e tecnologia mais elaborada em comparação com os dedicados ao PL6 e, portanto, seu custo é um pouco maior: “No entanto trabalhamos continuamente com as montadoras no processo de otimização da carga do produto para torná-los mais econômicos”.
Miguel Zoca, gerente sênior de aplicação do produto, lembrou que, apesar do uso maior de metais, graças às tecnologias da Umicore o aumento de carga não foi tão grande “pois a mistura dos componentes à base de alumínio foi feita de maneira a ser mais resistente termicamente e ter maior resposta na absorção e liberação de oxigênio”.
Além disso à medida em que o motor do veículo seja mais moderno, a tendência é a de que o produto fique mais barato, porque terá gerenciamento do aquecimento mais eficiente. E, quanto mais rápido o motor aquece, mais cedo o catalisador começa a trabalhar, pontuou Furlan.
Além de desenvolver catalisadores fora do País a Umicore também fornece matéria-prima para baterias e realiza a sua reciclagem. Questionado se há projetos para trazer essas vertentes também ao Brasil, Blumrich informou que existem planos, mas que o maior desafio é a viabilidade econômica: “As quantidades na América do Sul são pequenas se comparada a Estados Unidos, Europa e China. E isso impede de investir imediatamente, nos próximos cinco anos, em materiais para baterias. Que eu saiba ainda não há produção na região nem de células para combustíveis. Então isso dependerá da demanda do mercado”.
Quanto à reciclagem de baterias usadas o vice-presidente informou que estão fazendo uma parte disso por aqui, que já existe procura, mas que a separação do material está concentrada na Bélgica, onde está a matriz da companhia.
Sobre investimentos em vista Blumrich assinalou que os aportes são feitos conforme a necessidade tecnológica, a quantidade e a demanda do mercado.
Histórico — A Umicore se instalou no Brasil em 1° de outubro de 1991, em Americana, SP. Ao longo desses trinta anos foram produzidos 55 milhões de catalisadores para montadoras instaladas no Brasil e na Austrália, dentre outros destinos.
A unidade, que também abriga um centro de desenvolvimento, fornece produtos para veículos leves e pesados e há dezoito anos e quatro meses não registra acidente com afastamento.
Até 1991 os veículos brasileiros saíam das linhas de produção sem catalisador, item responsável por transformar 98% dos gases tóxicos da combustão dos combustíveis em gases inofensivos.
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