São Paulo — O segmento de ônibus está otimista para 2022. Expectativa de crescimento para o ano que vem foi a frase repetida por todos os executivos que participaram do primeiro dia do Fórum AutoData de Veículos Comerciais, de forma online, na segunda-feira, 29. Fabricantes de chassis, carrocerias e a Fabus, entidade que representa o setor, acreditam que o início da recuperação acontecerá no ano que vem, mas com muitos desafios a serem superados.
A Mercedes-Benz foi a única que, além de projetar um mercado maior, divulgou os números de suas perspectivas: 18,2 mil emplacamentos. Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus, comentou sobre as bases da projeção: "Esperamos uma renovação de frota necessária para urbanos e rodoviários. Grandes volumes do programa Caminho da Escola, pré-compra antes da chegada do Euro 6. Esses são os fatores em que nos baseamos para acreditar em um mercado muito promissor".
Na área dos rodoviários, na qual a Caio Busscar opera, a expectativa de recuperação puxada pela renovação de frota também foi apontada pelo diretor Paulo Corso: "No fim do ano e em 2022 a demanda estará aquecida, todo mundo quer viajar e os ônibus terão grande procura por causa do preço da gasolina e das passagens de avião e pela alta do dólar".
O representante da VW Caminhões e Ônibus, o diretor de vendas Jorge Carrer, evitou projeções por causa de todas as incertezas que ainda rondam o mercado e lembrou de grandes desafios que o setor terá que superar: "A cadeia de fornecimento foi muito atingida nos últimos meses e este cenário deverá continuar no ano que vem. Temos problemas com semicondutores, mas não é só isso: houve o desequilíbrio em toda a cadeia e na logística das entregas".
Tratada como o grande desafio do ano que vem, que poderá determinar o tamanho do crescimento, a cadeia de fornecimento também foi lembrada por Ruben Bisi, presidente da Fabus, entidade que representa as encarroçadoras, que citou outros componentes, como pneu, aço e alumínio:
"Cada dia surge um item novo. Espero que essa situação se regularize ao longo do ano que vem, para que seja possível uma forte recuperação do mercado interno e também das exportações".
Paulo Arabian, diretor comercial da Volvo, disse que a demanda estará presente, e que, por isto, as empresas e sua cadeia de fornecimento precisarão se organizar para atender a todos os pedidos, sendo esse um outro grande desafio: "Também existem outros pontos de atenção como alta nos custos, inflação, alta no câmbio e o cenário político do ano que vem".
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