São Paulo – Os trabalhadores da fábrica da Scania em São Bernardo do Campo, SP, ainda não retornaram das férias coletivas iniciadas em 23 de dezembro. O motivo é o mesmo que paralisou a fábrica em setembro: a falta de semicondutores. O retorno, inicialmente, estava previsto para o dia 17, mas diante da escassez de chips foi prorrogado duas vezes, para 31 de janeiro e, agora, para 7 de fevereiro, o que estenderá o período a um mês e meio.
A empresa informou que comunicou aos funcionários sobre a nova ampliação das férias coletivas e a parada na produção na quarta-feira, 19: “A decisão foi tomada em virtude do cenário da crise global de semicondutores”.
Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e representante sindical na Scania, Carlos Caramelo, a empresa vem realizando ajustes em seu volume global, uma vez que o problema afeta operações no mundo todo:
“Faltam componentes elétricos, condutores e semicondutores, itens fundamentais para os caminhões da marca, que são altamente tecnológicos. Todos os dias os setores de logística e compras atualizam a diretoria quanto à disponibilidade de peças e prazos de entrega e, a partir dessas informações, a empresa vai alocando o volume de produção”.
Caramelo afirmou que estão sendo aplicados mecanismos que constam de acordos firmados por sindicato e Scania para administrar os dias sem trabalho, nos quais estão previstos paradas e a recuperação dessas paradas: “Continuamos a buscar a negociação constante com a empresa e temos também a preocupação com quem vende para a Scania, porque muitos fornecedores não aguentarão tanto tempo sem produzir ou faturar”.
A Scania informou, ainda, que segue tomando todas as medidas necessárias para voltar à situação normal em curto espaço de tempo, “sempre alinhada com seus fornecedores e comprometida com as entregas para os clientes”.
Trabalham na fábrica de São Bernardo em torno de 4,7 mil funcionários.
Foto: Divulgação.