Iracemápolis, SP — A Great Wall Motor anunciou investimento de mais de R$ 10 bilhões no Brasil até 2032, valor que virá da matriz, na China, e será dividido em dois ciclos: o primeiro vai de 2022 até 2025 e significará cerca de R$ 4,4 bilhões, de acordo com informações divulgadas durante evento realizado na sua fábrica de Iracemápolis, SP. Com esse investimento inicial a expectativa é de elevar a capacidade produtiva da unidade para 100 mil unidades/ano, ante as 20 mil atuais.
A GWM pretende aprimorar a unidade que comprou da Mercedes-Benz, instalar sua linha de produção eletrificada, a LMN, conectar a unidade e iniciar a produção dos veículos que serão sempre híbridos ou elétricos. Segundo Pedro Bentancourt, Chief Relations Officer, CRO da montadora no Brasil, essa será a primeira fábrica abaixo dos Estados Unidos que só produzirá veículos com motorizações verdes.
A unidade brasileira é a maior base de produção da GWM fora da China, sendo preparada para ser uma fábrica de produção completa, que funcionará como base de exportação. Para a companhia é obrigatório produzir no Brasil, o oitavo maior produtor de veículos do mundo, o sétimo maior mercado e o primeiro da América Latina, aproveitando também a capacidade de consumo de outros países da região.
Parte do valor investido será dedicado ao desenvolvimento de fornecedores nacionais, com meta de atingir 60% de nacionalização até 2025. Segundo Oswaldo Ramos, chefe comercial da montadora no Brasil, um dos parceiros deverá ser a Bosch.
Com o primeiro ciclo estabelecido a meta é chegar a R$ 30 bilhões de faturamento até o fim de 2025, gerando 2 mil empregos diretos em Iracemápolis. A montadora projeta que esses 2 mil postos de trabalho gerarão 8 mil indiretos.
O desenvolvimento de pontos de recarga também faz parte dos planos da montadora até 2025. Essa parte do projeto é considerada importante para puxar o avanço dos elétricos no País, segmento que a GWM também apostará na primeira e na segunda fase de investimentos.
Outra área a que a empresa dedicará esforços, essa mais a médio e longo prazo, é a de célula de hidrogênio, na qual já possui conhecimento em sua operação global. No Brasil o foco será na célula de hidrogênio a partir do etanol, com o desenvolvimento sendo realizado no seu futuro centro de pesquisa na América Latina, que contará com o trabalho de universidades e empresas parceiras.
Para o segundo ciclo de investimentos a GWM já confirmou que parte do valor será usado para uma segunda expansão de capacidade também para ampliação do portfólio.
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