São Paulo – Importada do México, a picape Maverick começa a ser vendida no Brasil em apenas uma configuração, a Lariat FX 4×4, pelo preço de R$ 239 mil 990,00. Trata-se do sexto Ford importado nessa nova fase, o segundo vindo do México e o primeiro a disputar dois promissores segmentos no País: o das picapes intermediárias e dos SUVs.
Inconscientemente a Maverick também pode cutucar o cliente de automóveis, digamos, mais tradicional, já que seu nome, não à toa, remete a um clássico cupê esportivo dos anos 1970.
Tudo isso está incorporado nesse novo veículo de alguma forma, seja na aparência, de uma picape um pouco maior que a Fiat Toro e um pouco menor que a Ranger, ou na facilidade de acesso e boa distribuição do espaço interno para todos os ocupantes, características muito valorizadas pelos SUVs.
As primeiras avaliações dos jornalistas especializados em produto demonstram que a Maverick também é capaz de oferecer conforto e desempenho com seu motor 2.0 GTDI Ecoboost de 253 cv de potência e 38,7 kgfm de torque acoplado à transmissão automática de oito velocidades. Atrás do volante, segundo apresentação da Ford, estamos conduzindo uma picape “com agilidade de um esportivo”. O consumo declarado desse conjunto movido a gasolina é de 8,8 km/l na cidade e de 11,1 km/l na estrada.
Nada nessa nova picape é fruto de um mero acaso: a Ford já ressuscitou outro de seus clássicos, o Bronco, um SUV do segmento premium importado do México – e que, por ser produzido na mesma fábrica, empresta uma série de tecnologias à Maverick.
A Maverick é o resultado de uma fusão de experiências bem-sucedidas em outros produtos e segmentos. Talvez por isso mesmo a Ford afirme que está inaugurando um novo segmento, assim como fez com o Ecosport, “para consumidores que desejam uma picape com o conforto de uma SUV”.
A capacidade de carga e a versatilidade da caçamba, por exemplo, são atributos que devem ficar em segundo plano quando o consumidor brasileiro sinalizar que pretende utilizar o veículo no dia a dia. Assim como já é comum nos Estados Unidos, segundo a Ford, no Brasil a Maverick passará a mensagem de que suas características de um veículo robusto utilizado essencialmente no trabalho pesado podem ser incorporadas com todo o conforto e tecnologia na rotina do motorista na cidade. Afinal, por aqui, os SUVs topo de linha, com cinco ou sete lugares, tração 4×4 e motorização diesel não se apresentam ao mercado com a mesma proposta?
Mas a caçamba não será uma coadjuvante porque a Ford traz algumas novidades, com dezoito acessórios já disponíveis ao cliente que pode configurar o espaço de acordo com suas necessidades: carregar bicicletas com a tampa aberta ou equipamentos em caixas feitas exclusivamente para o compartimento. Ou ainda dividir o espaço do assoalho, separando os itens que pretende transportar. Sua capacidade volumétrica é de 943 litros.
Não só a caçamba, mas a cabine, deixará felizes os consumidores que adoram usar o veículo como uma extensão da sua casa, guardando quase de tudo ali. Debaixo dos bancos traseiros, por exemplo, há um compartimento com capacidade de 73 litros. As portas também oferecem vários espaços para acomodar garrafas e outros pequenos itens.
Em sínteses, a configuração da Maverick para o mercado brasileiro está cobrando um pouco mais do que os R$ 200 mil [que é faixa de preço de modelos com configuração similar] por toda a novidade, aliada à tradição que a Ford é capaz de oferecer em seu portfólio. Deve atrair um público fiel e o jovem com capacidade financeira, conforme antecipamos em novembro.
O trabalho feito pela engenharia nacional que restou no País é outro ponto importante na configuração de um produto importado totalmente preparado para as condições e a forma de utilização deste consumidor. A suspensão, por exemplo, tem uma calibração exclusiva para o Brasil, honrando toda a história da Ford e do seu Campo de Provas de Tatuí nesse e em vários outros aspectos do produto. Geralmente essas preocupações garantem uma maior qualidade e são interpretadas pelos clientes como um fator positivo na sua avaliação de compra.
É o que tem acontecido nos Estados Unidos. Lançada em outubro teve, segundo a Ford, mais de 100 mil reservas. Para completar o sucesso, a Maverick foi eleita em janeiro a picape do ano na América do Norte. Assim, com os volumes produtivos comprometidos, a Ford comunicou que mantém os preços dos modelos 2022 [que começam em US$ 20 mil] até a chegada da versão 2023, esperada para o verão no Hemisfério Norte. O foco é na efetivação da entrega desses veículos. Segundo a publicação The Detroit News, de 24 de janeiro, desde o lançamento até aquele dia a Ford vendeu 13 mil 258 Mavericks.
No Brasil a Ford não divulgou a expectativa de vendas tampouco o lote importado do México. Mas a expectativa dos executivos durante coletiva de imprensa online é de que mais este novo segmento descoberto pela Ford tem tudo para ser um sucesso no País.
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