São Paulo – A Stellantis apresentou na terça-feira, 1º, seu primeiro plano estratégico como empresa unificada, pouco mais de um ano após a conclusão da fusão dos negócios da PSA com a FCA. Esta união gerou mais de € 3,2 bilhões em sinergias e deverá somar € 5 bilhões até 2024, como relembrou o CEO Carlos Tavares durante a divulgação do plano, feita por videoconferência a investidores e jornalistas.
A meta do Dare Forward 2030, que em inglês significa Ouse Avançar, é simplesmente dobrar as receitas da companhia até 2030, para € 300 bilhões, com uma margem de dois dígitos durante todo o período. Para isso, segundo Tavares, focarão em negócio que tendem a ser mais rentáveis do que a simples fabricação e venda de veículos, como a mobilidade e softwares.
E um caminha ao lado do outro: os investimentos em software permitirão o avanço na mobilidade, especialmente em negócios que a Stellantis enxerga grande potencial de crescimento, como sua divisão Free 2 Move, hoje restrita a poucos locais e com receita na casa dos € 40 milhões, mas com planos de atingir € 2,8 bilhões em receitas, com mais de 15 milhões de usuários ao fim do Dare Forward.
De toda forma a produção e fabricação de veículos seguirão sendo as atividades principais da Stellantis, mesmo após sua transformação de montadora em empresa de tecnologia. E são, naturalmente, as grandes estrelas do plano de negócios que apresentou diversas novidades – todas elétricas.
Para a Jeep uma nova família de SUVs elétricos debutará no início do ano que vem, seguida pela versão elétrica da picape RAM 1500, no ano seguinte. Os consumidores estadunidenses receberão 25 novidades das marcas RAM, Jeep, Dodge e Chrysler até 2030, cada qual com sua essência – Jeep SUVs, picapes RAM, muscle car Dodge e uma família de veículos Chrysler.
Os veículos comerciais elétricos são outro ponto de foco de atenção da companhia, que enxerga, no segmento, a porta de entrada dos autônomos.
A meta da Stellantis é oferecer mais de 75 veículos elétricos em seu portfólio global até 2030, com 5 milhões de unidades vendidas por ano, somadas todas as marcas. Suas marcas premium e de luxo, Alfa Romeu, DS, Lancia e Maserati, só terão opções elétricas, e a ideia é quadruplicar o volume de vendas atual e quintuplicar a lucratividade.
Tavares disse que a Stellantis alcançará a neutralidade em carbono em 2038, oito anos após a conclusão do plano Dare Forward. Mas, em 2030, sua meta é chegar a 50% de redução das emissões. Uma divisão nova será criada para cuidar do pós-vida do veículos, como remanufatura de peças, reuso de componentes e reciclagem, não somente das baterias, mas de todo o veículo.
Da América do Sul e do Brasil Tavares falou pouco, para não dizer que não foi nada. A região integra o plano de alcançar 25% da receita global líquida de fora da Europa Ocidental e América do Norte, mas nenhum pormenor ou explicação mais aprofundada foi feito na apresentação da terça-feira, 1º.
O Brasil, naturalmente, é um mercado importante para a companhia, que olha para a expansão da marca RAM por aqui. E, na região, concentra esforços em mercados onde ainda não possui tanto protagonismo, como Chile e Colômbia.