São Paulo – A projeção de produção de caminhões e ônibus para 2022, ano anterior à introdução de uma nova norma de emissões do Proconve, a P8, equivalente à Euro 6, é de cerca de 200 mil unidades, de acordo com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que usa os dados da Anfavea. É um volume interessante, cerca de 9% superior ao do ano passado, mas que bate apenas na metade da capacidade instalada da indústria, de cerca de 400 mil unidades.
E reduzir essa ociosidade, hoje de 50%, para algo menor do que 30% é fundamental para Marco Saltini, diretor de relações institucionais e sustentabilidade da VW Caminhões e Ônibus, que participou do segundo dia do Fórum AutoData Veículos Comerciais, que segue até a quarta-feira, 27.
Ele justifica que nos últimos anos a indústria precisou fazer muitos investimentos, tanto em suas linhas para moderniza-las, como no próprio caminhão, que ano a ano ganha novo itens obrigatórios de segurança e, no ano que vem, de emissões. “É mandatório crescer vendas e produção para obter um nível que possa justificar os investimentos feitos”.
Para Saltini o mercado doméstico não é suficiente para isso: é preciso ampliar as exportações. Ele calculou que nos demais países da América Latina e na África, mercados nos quais as montadoras aqui instaladas já conseguem acessar e enviar caminhões e ônibus, existe um mercado de tamanho semelhante ao brasileiro, de 140 mil unidades.
“Claro que não ocuparemos todo esse mercado, vamos concorrer com outras indústrias. Mas é possível ganhar um pouco mais, o que ajudaria a reduzir a ociosidade”.
Há, porém, aquele velho conhecido problema: a falta de competitividade. O diretor da VW Caminhões e Ônibus disse que a indústria não é competitiva, e não limitou apenas à automotiva. “Talvez o agronegócio seja, hoje, o único setor com competitividade. Precisamos resolver algumas questões como o Reintegra por exemplo. Estamos exportando impostos!”
Saltini qualificou como positiva, também, a chegada do Renovar, o programa de renovação de frota que ainda carece de regulamentação. Disse estar ansioso para a publicação do decreto e portaria, que direcionarão o projeto, mas acredita ser importante fazer a implantação passo a passo.
“Vamos começar devagar e trafegar em uma estrada pavimentada. Com o programa operando, podemos ver o que poderemos melhorar, até poder crescer os volumes.”