São Paulo – Será a partir da iniciativa da Iveco, vencedora da licitação aberta pela ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, que o Renovar, o programa brasileiro de renovação de frota de veículos comerciais pesados, começará a operar. O projeto piloto se iniciou no mês passado e tem como meta reciclar, no primeiro momento, cinquenta caminhões. O primeiro ciclo deverá ser concluído nos próximos meses, segundo explicou Márcio Querichelli, presidente da Iveco para a América do Sul, que participou do Fórum AutoData de Veículos Comerciais, que segue até a quarta-feira, 27.
O projeto piloto tem como parceira a concessionária Deva, de Minas Gerais. Foi feito um investimento de US$ 27 milhões para instalar um centro de reciclagem próximo a Betim, MG, para onde serão enviados os caminhões dos caminhoneiros que decidirem aderir ao programa – tudo é voluntário.
Segundo Querichelli este projeto piloto servirá como base para as próximas etapas do programa, que ainda carece de regulamentação – um decreto e uma portaria serão publicados nas próximas semanas. A partir daí, seguirá para outros estados, incluirá outras montadoras e agentes financeiros, que ajudarão a financiar os caminhões dentro da plataforma que será desenvolvida pela ABDI.
“Temos o benefício ambiental, pois tirar esses caminhões da estrada ajudará a emitir menos poluentes. Serão trocados por modelos mais novos, a partir do Euro 3. Mas há também outros benefícios, como menos bloqueio em estradas, menor consumo de diesel.”
O presidente mostrou dados que indicam que 42,5% da frota de cerca de 1,1 milhão de veículos pesados possui 30 anos ou mais de uso. “Não trocaremos todos de uma vez, mas se partirmos em um ritmo de 10 mil por ano, em dez anos teremos trocado 100 mil caminhões por modelos mais modernos”.
Outro benefício, segundo o executivo, é financeiro: ao substituir 15% da frota, em torno de 70 mil unidades, o faturamento adicional da indústria será próximo de R$ 10 bilhões.