Estratégia de Inovação Aberta tem como destaque a América Latina
São Paulo – A Jaguar Land Rover está em fase de se repensar como fabricante de veículos de luxo. Como toda a indústria automotiva, no geral, entrou no estado de reavaliação dos seus negócios para escolher qual direção tomar no futuro. Na liderança desta mudança de rumos está um conhecido dos brasileiros: o francês François Dossa, há dez meses nomeado diretor de estratégia e sustentabilidade. Aqui ele presidiu a Nissan na década passada.
Dossa é um apaixonado pelo Brasil e pelos brasileiros. Conta na sua equipe com o paulistano Igor Murakami, que também conhece o País. Ambos identificaram o potencial de inovação presente nas empresas daqui e, por isso, escolheram dois locais, a Firjan, no Rio de Janeiro, RJ, e o Cubo Itaú, em São Paulo, como parte do hub latino-americano de inovação aberta da companhia, dentro do Projeto Reimagine de reinvenção da cultura organizacional.
O plano de inovação aberta foi anunciado globalmente na quarta-feira, 27, com destaque para o Brasil. Um outro hub, no Reino Unido, e mais três, nos Estados Unidos, Índia e China, integrarão o ecossistema no qual a Land Rover pretende, com as startups, desenvolver soluções que colaborem com seu objetivo de oferecer aos clientes o luxo moderno.
“Não podemos mais fazer sozinhos. Precisamos de colaboração, trabalhar em ecossistemas”, disse Dossa durante o anúncio no Cubo Itaú. “Este é um local maravilhoso para encontrarmos isso na América Latina. Queremos soluções para produtos e serviços.”
A ideia é usar algumas dessas soluções já com o Land Rover elétrico, que chega ao mercado em 2024. A Jaguar terá portfólio completamente elétrico, de acordo com o planejamento da companhia. Um dos alvos é encontrar materiais alternativos aos aplicados atualmente em seus produtos, seja com tecnologias menos poluentes seja com menor custo.
Mas não é só isso: diante da mudança de rumo os serviços de mobilidade tornam-se pontos fundamentais neste mergulho às startups. Sejam inéditos, sejam pequenas soluções inovadoras que possam ser aplicadas a serviços já conhecidos, como o compartilhamento de veículos.
Como medida para quebrar a resistência dentro da companhia foram nomeados líderes em cada área, que serão responsáveis por levar as demandas e avaliar as soluções apresentadas. No total, em todo o mundo, serão setenta líderes, da manufatura à rede de concessionários.
A liderança no Brasil ficou com Gabriel Patini, diretor de desenvolvimento de novos negócios e inovação para a América Latina. Ele tem ambição de exportar algumas das ideias construídas em conjunto com as startups locais: “Nossa intenção é, já neste ano, concluirmos de três a cinco projetos criados dentro do centro de inovação”.
Startups que integram o Cubo Itaú demonstraram interesse em participar. A elas Patini avisou: a Jaguar Land Rover precisará ser seletiva nos projetos: “Não podemos abraçar cem projetos, porque não daremos conta de prosseguir com todos. Então selecionaremos aqueles mais prioritários, para dar a devida atenção”.