São Paulo – A Caoa Chery divulgou nota durante o fim de semana em que nega a existência de acordo de lay off anunciado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, no qual o emprego de cerca de 480 trabalhadores da fábrica de Jacareí, SP, seria mantido ao menos até janeiro. Segundo a empresa o prazo para a reestruturação da unidade que produzia os modelos Arrizo 6 e Tiggo 3X será extenso e, portanto, não cabe a adoção de um lay off.
“O lay off, admitido na legislação brasileira, destina-se aos casos de suspensões das atividades com rápida retomada da produção e do trabalho. Não devem as partes usar desse expediente utilizando-se de benefícios e de verbas públicas para remunerar seus empregados, quando têm ciência prévia de que não retomarão às atividades em curto espaço de tempo.”
A companhia prevê voltar a produzir veículos em Jacareí apenas em 2025, quando a transformação das linhas de montagem adquiridas da Chery, em 2018, será finalizada. A ideia, segundo a empresa, é replicar na unidade paulista o que foi feito em Anápolis, GO, onde a Caoa Chery possui fábrica com produção flexível e capaz de entregar veículos eletrificados.
O sindicato havia proposto lay off de cinco meses e mais três meses de estabilidade, o que garantiria os empregos até janeiro. No período buscaria junto ao governos federal, estadual e municipal, e também com a empresa, soluções para a unidade. Na semana passada a entidade anunciou o acordo, que foi negado pela Caoa Chery: ela pretende realmente demitir os trabalhadores para poder reestruturar as linhas de Jacareí.
Diz o sindicato, porém, que a empresa aceitou o acordo, registrado na ata da reunião.
A empresa diz ter proposto ao sindicato indenização de até quinze salários aos trabalhadores, com no mínimo sete salários para os que possuem até dois anos de contrato. A entidade, porém, não trabalha com a possibilidade de fechamento da fábrica e garantiu que os trabalhadores seguirão na luta contra a decisão da empresa.