São Paulo — A CNH Industrial busca nacionalizar 150 novos componentes este ano, depois de ter localizado 200 no ano passado. A iniciativa, segundo explicou seu diretor de compras Cláudio Brizon no Seminário Compras Automotivas, realizado por AutoData de forma online até a quarta-feira, 25, tem como objetivo minimizar os impactos da alta nos custos logísticos na cadeia global de suprimentos, que subiu até doze vezes na comparação com o período pré pandemia.
“A localização dos 150 que já foram mapeados vai gerar faturamento em torno de US$ 5,5 milhões. Desse volume cerca de US$ 2,5 milhões já são negócios fechados ou em fase final que deverão entrar em produção ainda em 2022. A nossa média de localização é de 60% e queremos expandir esse porcentual”.
Brizon lembrou que a nacionalização envolve também os fornecedores instalados na Argentina, país em que a companhia possui produção local. Itens estampados, conjuntos soldados, peças plásticas de acabamento interno e chicotes foram alguns exemplos citados como oportunidades de localização.
A expectativa é a de que as empresas já instaladas no País atendam essa demanda, já que Brizon não vê tempo para uma nova empresa aprovar investimento, vir para o Brasil e construir uma operação do zero:
“Tenho falado para os nossos fornecedores que a oportunidade é agora. É a hora do tier 1 e 2 conversar com a sua cadeia de fornecimento para fazer os investimentos necessários em aumento de capacidade, novos equipamentos e processos mais robustos”.
O diretor acredita que dois segmentos demandam investimentos com maior urgência: pneus e fundição. O primeiro já é um problema mais antigo do setor de máquinas, mas o segundo, após alguns anos de crise na América Latina, é visto como um ponto de atenção porque poucas empresas realizaram os investimentos necessários para conseguir acompanhar a demanda atual.
Como forma de garantir aos fornecedores que a hora é agora a CNH Industrial projeta crescimento de 24% da produção em 2022 ante 2021, considerando as fábricas instaladas no Brasil e na Argentina, porcentual que será puxado pela maior demanda dos mercados internos e também das exportações, que incluem destinos como Estados Unidos e Europa. Esse incremento só não será maior por causa da limitação da cadeia de fornecimento, segundo o executivo.
Atualmente a operação da CNH Industrial na América Latina funciona como base de exportação para todo o mundo, mais um fator para aumentar a confiança de seus fornecedores. Oportunidades de atender a produção de máquinas que serão exportadas e de exportar seus componentes para outras fábricas da companhia também virão com o aumento da capacidade instalada.